O caminho – e não há ineditismo na fala do jornalista do FN – é a elaboração de reportagens com profundidade, que expandam a superficialidade do que é colocado na internet, com muita análise e comentários que enriquecem as matérias. “A web é muito mais o primeiro rascunho da história, embora deva seguir obviamente as regras do bom jornalismo, bem fundamentado, com fontes e confiável. Claramente, a notícia no jornal impresso demandará mais esforço para se tornar mais reflexiva e relevante”, disse Lionel.
Em um dos seus comentários mais interessantes, o jornalista do Financial Times afirma que em razão das constantes transformações que acontecem na web, os grupos de comunicação deverão assumir uma postura de mudança contínua, acompanhando as tendências e novidades do mundo. Cool hunting?
Não há mais necessidade também de haverem jornalistas trabalhando em horários “anti-sociais” para alimentarem os jornais impressos do dia seguinte. A notícia estará na internet. O FN demitirá 35 jornalistas do impresso para contratar 10 que trabalharão com internet.
O mundo do jornalismo continua em ebulição. No dia 31 de dezembro de 2012, a Newsweek, uma das revistas semanais de maior destaque internacional, publicou a sua última edição impressa. De 2012 para frente, ela existirá apenas digitalmente, tal qual a Enciclopédia Britância, lembra?
A “revolução digital” seguirá acontecendo em todo o mundo e impactando os grupos de comunicação. Como Lionel, acredito que a capacidade de se reinventar seja talvez o atributo mais importante para os jornais. Não adianta ficar estagnado. O consumo de informação mudou, portanto, caros jornais, mudem também. Deem chance ao digital, ou ele não dará mais chances para vocês.