Por quê não ganhamos mais dinheiro? Por quê não servimos melhor? Por quê continuamos a olhar para os outros fazendo comparações? Por quê não aceitamos os outros como eles são? Por quê iniciamos tantas frases com “por quê”? A resposta superficial está na auto-estima que carregamos. É ela quem define o quanto ganhamos, a forma que servimos, a maneira de olhar os outros e também os nossos julgamentos, do mundo e de nós mesmos. Porém, esta questão, quando encarada de forma mais profunda, nos faz perceber que são outros elementos que provocam este desequilíbrio na nossa auto-estima. Vamos conhecê-los.
O MEDO E A CULPA REGEM AS NOSSAS VIDAS
Você já se deu conta de que vivemos com medo do futuro e culpa pelo passado? Por vezes deixamos passar uma boa oportunidade porque ficamos com medo de que não dê certo e por causa desse medo o que íamos fazer já não dá certo mesmo, uma vez que não nos demos a chance de seguir em frente. Da mesma forma que temos medo do que irá acontecer, carregamos culpa pelo que fizemos no passando olhando a nossa vida sempre pelo retrovisor e não pelo pára-brisa. Estamos indo pra frente, mas com um medo terrível de acelerar e uma culpa dolorosa por aquilo que deixamos para trás. Isso traz complicações para a nossa vida amorosa, nossos relacionamentos profissionais e até mesmo para o quanto de dinheiro que vamos pedir ao mundo em troca do trabalho que realizamos.
AS QUEDAS SÃO SEMPRE DOLOROSAS
Quando eu era pequeno, caí inúmeras vezes. Certa vez fui subir em um tanque de lavar roupas daqueles antigos, que não eram fixados na parede, e eu caí no chão com o tanque em cima do meu peito ficando ali até que meus pais viessem me acudir. Noutra vez, brincando de cavalinho com barbantes, cordas e um pedaço de cabo de vassoura, caí feito um poste de cara no chão e fiquei com o rosto todo ensanguentado e cheio de marcas dessa queda por um longo tempo. E ainda teve uma vez que eu realmente pensei que era o Super Homem e subi no parapeito da janela da casa da minha vó e fui, mais uma vez, de cara no chão. As quedas em si, não me incomodavam. O que me incomodava mesmo é ver a cara de desespero, desânimo e desaprovação dos meus pais. Isso não era nada legal.
Com tantos traumas de queda que sofri na infância, carreguei em mim durante algum tempo, a culpa de já ter errado tantas vezes e dado desgosto aos meus pais que toda as vezes que pensava em fazer algo diferente sentia medo de ir em frente para não causar mais problemas aos meus pais. E ainda, toda vez que eu tentava algo diferente e aquilo dava errado, ouvia dentro da minha própria cabeça a voz deles dizendo o quanto eu era um mau filho. Este estudo terapêutico me levou a algumas conclusões.
A primeira delas é a de que para ser empreendedor, precisamos ter auto-estima suficiente para nos sustentarmos no presente sobre os nossos próprios pés sem esperar aprovação ou desaprovação das outras pessoas. Além disso, não ter inimigos dentro da sua cabeça, faz com que você se desapegue dos monstros e, por conseguinte, avalie melhor o seu trabalho ao mesmo tempo em que ele é avaliado pelos outros. E por último, que auto-estima não é se valorizar, mas é pura e simplesmente se amar da maneira que é aceitando todo o seu passado e também o seu futuro, agindo sempre no presente sem pensar se Fulano ou Ciclana estão gostando daquilo que você está fazendo. É se tornar importante para si mesmo e não para os outros.
COMO EQUILIBRAR A SUA AUTO-ESTIMA
Primeiro você deve admitir que as suas ações são resultado dos seus pensamentos, que as suas ações constroem seus hábitos e que estes hábitos construíram a personalidade que você tem. Com isto posto, podemos verificar que as más programações da nossa personalidade estão embutidas dentro do nosso pensamento. Ou seja, se mudarmos o pensamento, mudaremos nossas ações que mudarão nossos hábitos que mudarão a nossa personalidade. Se continuamos com pensamentos que desaprovam nossos passos, certamente, nossa personalidade futura será tão ruim ou pior que a que temos hoje. Como mudar então?
Três coisas são necessárias para equilibrar a auto-estima: compreensão, imaginação e repetição. Primeiro, você deve compreender de forma terapêutica seus traumas, assim como eu relatei acima meus traumas de quedas na infância. Compreenda, por exemplo, que se não pode se sentir culpado pelas bobagens que fez na infância, porque então se sentir culpado também pelas bobagens que fez há cinco anos ou um dia atrás. Ontem eu era mais infantil que hoje. Seja ontem, dia 09 de novembro de 2012 ou ontem 20 de abril de 1979. Compreender isso é avançar para o equilíbrio.
A segunda coisa a fazer é imaginar o seu futuro da maneira como você deseja observando se durante esta visualização existe alguma culpa ou medo sendo carregado. Em exercícios de meditação, onde nos dispomos a ficar parados, serenos e calmos respirando, temos uma ótima oportunidade de visualizarmos cenários de vida para nós e observarmos como o nosso íntimo se comporta. Se você quer trabalhar de casa e ter uma vida tranquila e confortável, porque não imaginá-la desta forma ao invés de uma vida sofrida e cheia de desespero e dor? Perceba que tudo o que nós, seres humanos, criamos é fruto da nossa imaginação. Quando você pensa em criar uma empresa, você está imaginando ela. Depois vem a parte terrena da atividade que é a de fazer o contrato social, tirar o alvará e finalmente colocá-la em funcionamento. Tendo atenção a sua imaginação, você controla as coisas que seus olhos enxergam na sua frente.
Por último está a repetição. A repetição de pensamos bons para você, faz com que o padrão de atividade das sinapses do seu cérebro seja algo relaxante e motivador, enquanto pensamentos ruins para você, fazem com que seu cérebro trabalhe estressado, desmotivado a enxergar o que existe na frente dos olhos para se preocupar com o que foi feito no passado ou com o que está por vir no futuro. A dica aqui, é repetir para si mesmo frases de motivação, cercar-se de pessoas que pensam de forma positiva, alinhar-se com assuntos que são prazerosos e repetir todos esses movimentos até que você se torne alguém positivo.
O pode da auto-estima é essencial para o empreendedor. E ela tanto pode lhe destruir como também construir o seu império.