Em 10 de julho de 1969, a Apollo 11 desceu na Lua. Às 10:56 da noite, no horário da Costa Leste dos EUA, Neil Armstrong realizou seu feito. Com as imortais palavras “É um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade” (ou alguma coisa assim), Armstrong se tornou o primeiro humano a pisar num corpo celeste. Pouco depois, Buzz Aldrin se juntou a ele em solo alienígena. Os dois gastaram as próximas duas horas e meia explorando, tirando fotos e coletando amostras da Lua.
Mas antes de voltar à Terra, a Apollo 11 deixou provas de que estivemos na Lua. Além de pegada de Armstrong e de um monte de lixo, os astronautas fincaram no chão um poste com uma bandeira dos EUA feita de nylon, que media 90 centímetros por 1,5 metro. As missões Apollo que foram à Lua depois fizeram a mesma coisa. Mas o que aconteceu com essas bandeiras? Elas ainda estão lá? Elas ainda existem depois de quase meio século na superfície da Lua?
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Aldrin disse que viu a bandeira da Apollo 11 ser derrubada pela explosão do foguete, quando o motor ligou e a nave foi embora da Lua. Além disso, acreditava-se que haveria poucas chances de a bandeira sobreviver no ambiente inóspito da Lua. Com a poeira extremamente abrasiva e os raios ultravioletas do Sol sem nenhum filtro, o mais provável é que a bandeira rapidamente se tornasse branca e, em seguida, se desintegrasse.
Na verdade, a bandeira não foi feita para durar muito. Ela foi comprada da Annin, a mais antiga empresa do ramo de bandeiras dos EUA, por US$ 5,50 (o que daria mais ou menos US$ 35 hoje). Feita de nylon comum, a bandeira não foi pensada para sobreviver na Lua por muito tempo. Em 2008, Dennis Lacarrubba, um empregado da Annin, disse à Air & Space Smithsonian que ele não “acreditava ainda existir algum resquício da bandeira. Tenho que ser honesto com você. A bandeira deve ter virado cinzas”.
Cinco outras bandeiras foram fincadas no solo da Lua durante as missões Apollo 12, 14, 15, 16 e 17, mas nunca se falou muito sobre elas. A Apollo 13 nunca chegou à Lua por motivos que você deve conhecer. Essas bandeiras também não foram feitas para sobreviver na lua: elas eram comuns, do tipo que qualquer um poderia comprar.
A Apollo 17, lançada em 7 de dezembro de 1972, levou aqueles que seriam os últimos seres humanos a pisar na Lua. Enquanto o astronauta Eugene Cernan e o geologista Harrison “Jack” Schmitt colocavam uma bandeira na superfície lunar, Cernan aparentemente disse, brincando, que se ele conseguisse enterrar a bandeira fundo o suficiente, ela poderia durar milhões de anos.
Embora nenhum humano tenha andado na Lua desde 1972, vários satélites enviados por muitas nações orbitaram a Lua e a fotografaram. Depois que a tecnologia avançou e a qualidade das fotos aumentou, várias partes da superfície da Lua foram vistas em detalhes pela primeira vez desde 1972.
O que nos traz a 2012. A Lunar Reconnaissance Orbiter Camera, ou LROC, foi lançada em junho de 2009. Ela passou três anos orbitando a Lua e tirando fotos com uma câmera de alta resolução. Em 2012, as imagens enviadas pela LROC confirmaram que as bandeiras da Apollo 11 e da Apollo 15 não só tinham sobrevivido, como ainda estavam de pé.
Ao olhar para as fotos em diferentes momentos do dia, o movimento das sombras confirmou que as bandeiras ainda estão lá. Acredita-se que a da Apollo 15 ainda está de pé, como mostram as imagens de momentos depois da partida dos astronautas. No entanto, as imagens da LROC não mostram sombras distintivas para ela, ao contrário do que as imagens dizem sobre as outras. Mesmo assim, como as outras bandeiras parecem ter sobrevivido e ainda estarem de pé depois de os astronautas terem ido embora, há pouca razão para acreditar que a bandeira da Apollo 15 tenha se desintegrado. E é possível que a bandeira da Apollo 11 ainda exista, só que caída na superfície lunar.
E sobre as condições das bandeiras? O consenso geral é que elas provavelmente foram perdendo suas cores até ficarem brancas.
A LROC também foi capaz de documentar outras coisas deixadas para trás pelas várias missões Apollo, como trilhas feitas por astronautas, mochilas e rovers. Como a tecnologia não para de avançar, em breve poderemos ver as bandeiras e confirmar o estado delas com exatidão, em vez de precisar confiar nos movimentos das sombras.
Bônus:
- Buzz Aldrin foi a primeira pessoa a fazer xixi na superfície da Lua.
- O nome de solteira da mãe de Buzz Aldrin era Marion Moon.
- Estima-se que haja cerca de 200 toneladas de lixo espacial deixado na superfície da Lua por humanos. Esse lixo inclui desde lixo high-tech, como sondas lunares e mochilas descartadas, até urina e fezes de astronautas. Também há coisas que foram deixadas por lá de propósito: o suporte dourado da Apollo 11 e uma urna com a cinzas do geólogo planetário Eugene Shoemaker. Os aparelhos auto-refletores das Apollo 11, 14 e 15 também ficaram na Lua. Eles são usados em conjunto com um laser para dizer com extrema precisão o quão longe da Terra a Lua está em determinado momento.
- Entre as coisas deixadas de propósito na Lua pela Apollo 11 está um distintivo que comemora a primeira missão Apollo. Durante os exercícios de treino, menos de um mês antes do lançamento previsto, houve um teste de lançamento e ocorreu um incêndio no módulo da cabine principal. Os três astronautas a bordo, Gus Grissom, Ed White e Roger Chaffee, morreram. Enquanto se tentava descobrir o que havia acontecido, a NASA suspendeu todas as missões tripuladas por vinte meses. Durante esse tempo, não se sabia o programa espacial conseguiria sobreviver. Eventualmente, o fogo foi atribuído a uma série de falhas no projeto do módulo.
Foto por Jason Major/Flickr
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