No meu post de ontem falei um pouco das impressões que tive do evento como um todo, desde os juízes, a organização e os participantes. Se sou metido ou detonando o Brasil, essa não é a intenção. Muito pelo contrario, acho que ao reconhecer problemas conseguimos mudar as coisas, e meu post tinha esse objetivo: provocar.
Hoje, começando aqui o segundo e último dia do evento, vou reunir quatro pontos que me chamaram mais a atenção:
1. Saí ontem com a sensação que entre as 40 empresas que veremos até o final do dia de hoje, estarão alguns dos próximos Twitters, Facebooks, Gowallas. E isso é absolutamente “exciting”, porque estão aqui alguns dos Zuckerbergs dos próximos dois ou três anos e não dá para achar que isso não é legal!
2. O evento é um prêmio, mas no fundo é muito mais do que isso, pois além dos seis ou sete jurados e mais o Grand Júri – que tem mais umas dez pessoas – as apresentações acontecem numa enorme arena com 300, 400, talvez umas 500 pessoas assistindo ao vivo como eu (além de tudo estar sendo integralmente transmitido na web). Ou seja, é muito mais do que um evento, e sim uma enorme vitrine para quem quer ser visto por usuários, investidores, parceiros de negócios, algo importante para qualquer startup.
3. A feira que rola no paralelo, chamada LaunchPAD, onde mais umas 40 empresas tem seus mini stands é outro momento especial, onde não se faz apenas marketing ou show-off, e sim um local de negócios efetivos, com conversas acontecendo o tempo todo. Em especial, claro, porque o público que está aqui, de fato, está interessado em fazer negócios e investir.
4. Senti que para todos que participam, seja público, apresentadores, participantes, LaunchPADders, etc, o que vale é fazer negócio. Não é show – apesar de ter show – é business. And real business!
Participar de um evento como esse ao vivo é algo absolutamente pilhante para um empreendedor como eu – aproveito a ocasião para agradecer novamente a RBS e a Digipix por tornarem isso possível – pois dá pra conhecer gente, ver a coisa acontecendo e presenciar algumas coisas incríveis que estão acontecendo aqui. Alguns exemplos:
– Ontem o @jason anunciou que mais seis empresas que estão participando do LaunchPAD (pagando, diga-se) iriam se apresentar no final do dia, por recomendações dos membros do Grand Júri. Chega o final do dia e as seis empresas estavam lá apresentando e uma delas, GreenGoose, começa a apresentação e todos ficam surpresos com o que estão vendo. Antes do fim, @jason interrompe o rapaz e grita: como perdemos você!! Como não escolhemos você antes! Como somos estúpidos! Com a platéia em risos, um dos jurados diz: eu invisto. @jason se encanta com o comentário e provoca o jurado a fechar o negócio ali, na hora, o que de fato acontece! Falam de valores, de valuation e o negócio é fechado no palco! AWESOME, diz @jason sob aplausos empolgados.
– Tudo o que acontece aqui é business, mas os americanos têm uma capacidade muito alta de não se levar a sério demais e fazer coisas de um jeito divertido, fun, relax e despretensioso. Um exemplo simples? Um dos jurados, em certo momento, diz logo após uma apresentação: I fucking love it! E @jason passa as palavra para os próximos jurados que dizem ter a mesma fucking opinion! Risadas à parte, é bacana ter um evento onde as pessoas se sentem à vontade para serem elas mesmas, trazer o que têm de melhor e de mais franco e verdadeiro. Tem menos pose e mais autenticidade.
– Startup é algo divertido e várias apresentações são criativas, divertidas, têm piadas e jokes que nos entretêm enquanto avaliamos as empresas. A que acabou de acontecer foi um pocket show de mágica do empreendedor!
Mas o que é ruim, ou não tão legal? Afinal, tudo tem um outro lado, certo?
Sim, tem coisas menos legais, como uma certa dose de over-exaltação das pessoas, especialmente, dos jurados e o tempo para cada empresa é curto – não sei como resolver isso para que 40 empresas possam falar, note-se – mas está sendo uma das experiências mais incríveis que vivi nos últimos tempos.
Bob Wollheim está no Launch e este conteúdo chega até você pelo oferecimento da RBS e da Digipix.