Diz aí, esse bebezinho rasgando papel na propaganda do Itaú é engraçado, né? Fofinho e tal. É provavelmente a única propaganda antes de algum vídeo de YouTube que não me irritou demais e eu até assisti até o final. E nada melhor do que um bebê rindo junto com a proposta de usar menos papel e ajudar o planeta, né? Nada disso. Para o pessoal da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), o Itaú está fazendo um “desserviço”.
A campanha do Itaú, além de envolver um bebê fofo que passa mal de rir quando um papel é rasgado em sua frente, apoia a eliminação de papel para pagar contas e afins. Com celular, laptop, internet para todo lado, apps e facilidades, não há motivo para receber cartinhas, diz o Itaú, propondo que você cancele o recebimento de extratos. Parece bom, não? Menos papel utilizado no mundo, melhor para todos. A Abigraf não concorda.
Segundo eles, a associação se que menos papel contribui para “um mundo mais sustentável” é perniciosa. O argumento deles merece destaque:
Segundo a entidade, no Brasil, nenhuma árvore nativa é derrubada para a produção de papel, uma vez que 100% desse insumo tem como origem florestas plantadas.
Ok. Ignoremos toda a logística que envolve o papel — e que o extrato virtual elimina. O argumento é que as árvores são de reflorestamento? Certo… Sugerimos que a Abigraf se apegue apenas ao argumento de que o objetivo da campanha do Itaú é apenas “em busca da redução de custos operacionais”, como disse Fabio Arruda Mortara, presidente da associação. Mesmo assim, com esses argumentos meia-boca contra uma proposta mais sustentavel e um bebê que ri, acredito que essa polêmica não irá muito à frente. [CCSP]