Na IFA, ao visitar a escura área de “Tecnologia Avançada” no hall da Panasonic, você encontra um corredor mais ou menos escondido, onde ficam duas tecnologias de ponta. São duas telas de plasma gigantescas: a TV 8K com 145 polegadas, e uma TV 3D sem óculos de 103″. Adivinhe qual é mais interessante?
Anunciada em abril em parceria com a NHK, a TV com 145 polegadas da Panasonic possui resolução 7680 x 4320 e, por usar a tecnologia PDP – plasma, para os mais íntimos – ela não requer retroiluminação.
A Panasonic demonstrou-a na IFA exibindo imagens em pouco movimento – flores, um relógio antigo, um pavão – para realçar a nitidez e cores vivas. A TV fica no corredor escuro, separada do público por um mar de pedrinhas. Por isso, ninguém podia ficar cara a cara com a tela em busca de pixels, mas você dificilmente os encontraria: eu estava o mais próximo possível da tela, e a imagem permanecia sempre nítida.
E como a tela é de plasma, a reprodução da cor preta é bastante fiel. Você pode ter uma ideia comparando o plano de fundo do relógio (abaixo) com a parte inferior da imagem, que não é a tela – é apenas ausência de luz. Claro, as fotos não fazem justiça à qualidade de imagem, mas dão uma noção de onde chegamos com o plasma 8K.
De novo, eu não fiquei chocado com a qualidade de imagem: com o 8K (e também 4K), parece que chegamos a uma resolução ideal em telas gigantes. Uma tela de 100″ com resolução apenas Full-HD parece algo simplesmente errado.
Com altíssima resolução, a Panasonic também consegue implementar 3D sem óculos: usando painéis de plasma 4K2K, a empresa anunciou pela primeira vez, na IFA, uma TV de 103″ que não requer óculos para ver o efeito de profundidade na imagem.
Ela usa uma camada lenticular na tela: são pequenas lentes que direcionam imagens diferentes, levemente deslocadas, para cada olho de quem vê a TV. Isso cria o efeito 3D que, em vez de fazer imagens saltarem da tela, dá profundidade à imagem. É possível notar isso com o dinossauro que a Panasonic usou para demonstrar sua tela gigante: repare que ele fica atrás dos outros elementos na tela, justamente para reforçar a sensação de profundidade no 3D sem óculos.
O desafio em telas gigantes com 3D sem óculos é criar uma camada lenticular que direcione, com bastante precisão, cada imagem para cada olho. Por isso, neste primeiro estágio, a tela da Panasonic ainda não funciona muito bem se você mover a cabeça: você acaba vendo duas perspectivas ao mesmo tempo, e a tela lembra mais um Tazo gigante. Quando eu fiquei fora do ponto ideal para ver a TV, o efeito 3D ficou muito irritante, como se houvesse algo errado com a tela.
Quanto a preço e disponibilidade, é o que você espera: não há prazo definido para essas TVs chegarem ao mercado – e quando chegarem, vão custar uma fortuna.