As manifestações que eclodiram no país demonstram a insatisfação de parte da população contra as políticas vigentes. Não é uma revolta sem causa e sim diversas causas para uma revolta. Um fator determinante para a realização de tamanho engajamento, materializado nas ruas, deu-se por meio da comunicação digital.
Para compreender o poder de mobilização dessas plataformas, precisamos entender a mudança no modelo de comunicação e de distribuição da informação nos últimos anos. Ela passou de um caminho único, onde o receptor não tinha possibilidade de se manifestar, para uma via de mão dupla, onde o advento da web 2.0 possibilita o feedback imediato da população conectada.
Nesse contexto nota-se que a forma como a informação se propaga também mudou. Primeiramente navegava-se na rede por grandes portais de notícias. Depois passamos a usar buscadores online que organizavam as informações e facilitavam a busca de um determinado assunto. Agora temos pessoas que funcionam como filtros de informações. Nós, consumimos, avaliamos a importância de uma mensagem e a compartilhamos com a nossa rede de contatos. Quando um assunto tem importância, ocorre uma viralidade, onde cada pessoa ao replicar a informação agrega relevância e engajamento.
Por fim, temos a acessibilidade da tecnologia, a banda larga e a rede 3G. Impulsionada pela determinação presidencial de suspender da cobrança dos impostos PIS e COFINS, a telefonia móvel alavanca a venda. Somo o quinto país com maior número de celulares, 1,26 aparelhos por pessoa, com dispositivos capazes de gravar vídeos, áudio, redigirem textos e acessar a web, dando olhos, ouvidos e boca à toda uma nação. A internet fez para a informação o mesmo que o vapor fez pela força física, maximizando-a durante a revolução industrial.
Por Moisés Cardoso, jornalista e publicitário. @beiocardoso
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