Há alguns dias, a NASA publicou novas imagens surpreendentes e em alta definição dos famosos Pilares da Criação: colunas de gás e poeira com quatro anos-luz de altura localizadas na Nebulosa da Águia, a 7.000 anos-luz da Terra.
Só que os pilares não existem mais. Eles foram destruídos há milhares de anos.
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Os pilares foram atingidos por uma supernova há 6.000 anos. Com nossos telescópios, podemos ver a supernova avançando, incontrolável, destruindo tudo o que toca. Vista da Terra, essa onda ainda não atingiu os Pilares da Criação. Para os nossos sentidos, eles ainda estão lá, intactos.
Como a luz precisa viajar por distâncias imensas, ela só chega depois que o evento ocorreu. Quanto mais longe algo acontece, mais tempo a luz demora para chegar a nossos olhos. Ou seja, quando olhamos para o céu, estamos olhando para o passado – segundos, minutos, anos, séculos e milênios atrás. O Universo é a mais incrível das máquinas do tempo.
Em mil anos, veremos o que aconteceu. A onda de choque chega aos Pilares da Criação e, assim como eles foram criados, eles serão destruídos, obliterados pela força de uma estrela morta. Paul Scowen, da Arizona State University, é um dos que lideraram as primeiras observações dos pilares em 1995. Ele explica:
Estou impressionado em como estas estruturas são transitórias. Elas estão sendo ativamente destruídas diante de nossos olhos. A neblina azulada e fantasmagórica em torno das bordas densas dos pilares é um material que se aquece e evapora no espaço. Nós capturamos esses pilares em um momento muito especial e rápido em sua evolução.