Alguns anos atrás, nós falamos sobre o longo projeto da NASA de criar uma tinta tão escura que absorveria quase toda a luz em seu redor – ela está na imagem acima, no ponto D. Agora, o material foi enfim lançado ao espaço: ou seja, o esforço de seis anos para torná-lo uma realidade está dando frutos. Mas por que isso é um projeto tão vital para a NASA?
Quanto mais longe tentamos ver, mais a luz de corpos celestes pode atrapalhar. O “starshade” , por exemplo, é uma espécie de guarda-sol para bloquear a luz das estrelas que podem estar escondendo exoplanetas. Tirar fotos de planetas muito distantes requer um preparo cuidadoso e uma ausência total de luz, que pode “sobrecarregar sinais fracos que os detectores sensíveis devem capturar”.
Aí entra a tinta da NASA, revelada pela agência em 2010: ela é feita de nanotubos de carbono, que são 10 mil vezes mais finos que um fio de cabelo humano. A luz entra neste labirinto de tubos e salta dentro da estrutura até ser quase completamente absorvida. A NASA explica que nossos olhos interpretam essa coleção de tubos como escuridão absoluta:
A superabsorvência deste revestimento deve-se ao fato de que os nanotubos são, na maior parte, um espaço vazio; no entanto, os átomos de carbono – que ocupam este fina floresta de tubos – absorvem a luz e a impedem de refletir da superfície. Como apenas uma pequena fração da luz é refletida do revestimento, o olho humano e detectores sensíveis veem o material como preto – neste caso, extremamente preto.
Agora que a NASA tem um protótipo funcional, é hora de testá-lo no espaço. Em 29 de julho, o Veículo de Transferência Automatizado lançou amostras do material para a ISS, onde ele aportou em 12 de agosto. Lá, os astronautas vão realizar testes com a tinta, que absorve 99,5% da luz visível (e 99,8% da luz com maiores comprimentos de onda).