O time do Creative Labs do Facebook anunciou hoje a chegada do Rooms, um aplicativo curioso que permite criar ‘salas’ para assuntos que você queira discutir.
O primeiro choque foi que o Facebook não pedia para usar a sua conta na rede social para conectar, o que permite que você simplesmente vá testando o app sem nem mesmo dizer quem é, escolher um login ou algo do tipo.
O funcionamento lembra um pouco os murais do Pinterest: você pode criar uma sala para falar sobre o que quiser. Invente seu assunto, dê uma descrição para a sala e pronto, você tem seu espacinho.
No entanto, para achar outras ‘salas’ para bater papo, você precisa de um convite. Isso mesmo, um convite, que nada mais é que um quadrinho com um QR code ao centro, que permite identificar a sua Room. Quem quiser testar pode começar batendo um papo com a gente lá na Room do B9.
Se quiser achar mais salas, você vai ter que contar com a sorte de cruzar com um desses quadradinhos de convite, ou confiar na curadoria do Facebook nas duas primeiras salas a que ele te dá acesso, e que sugere algumas Rooms que possam te interessar.
Anônimo através de pseudônimos?
Não precisar se identificar é uma novidade que realmente chama a atenção, já que o foco do Facebook sempre foi garantir que não haveriam anônimos ou fakes na conversa. Recentemente, essa política acirrada de nomes deu bastante problema, em especial com pessoas que tem nomes sociais diferentes dos documentos, o que chegou até a dar certa tração (mesmo que pequena) a rede social Ello.
No entanto, não se identificar também cria uma situação esquisita: se depois de criar uma sala e fazer algumas interações você não se cadastrar com seu email, aquelas suas interações se tornam de certa forma “fantasmas” – você não consegue recuperar a administração da sala que criou, por exemplo. Ou, pelo menos, foi isso o que aconteceu nos meus testes.
Em cada sala que você interage, é possível ter um apelido diferente, mas ele não pode ser repetido na mesma sala. Esse critério de não-repetição, contudo, só vale para ‘dentro’ de uma mesma sala, e também é possível criar salas-cópia com bastante facilidade.
Customização
O Rooms também oferece diversas opções de personalização da sua sala. Além das modificações mais simples, como dar nome, descrever, escolher imagem e cor de fundo da tela, também é possível trocar a mensagem e o ícone do botão ‘like’. (ou seja, finalmente você vai poder criar seu próprio dislike, ou inventar qualquer brincadeira para incentivar a interação).
Existe a opção de compartilhar um link direto para um determinando conteúdo compartilhado em uma Room, mas os fins parecem ser apenas de visualização, já que não é possível interagir de nenhuma forma. Dá para sentir falta também de uma função embed, mas provavelmente isso deve ser o tipo de opção que só vai ser oferecida se o app entrar no gosto do público. Quem quiser também pode afixar uma mensagem no topo da sua sala, para deixar algum aviso para os membros.
No Twitter já é possível encontrar uma grande variedade de Rooms sobre os mais diversos assuntos, cidades, focos e interesses.
Assim como boa parte dos serviços e apps que surgiram nos últimos anos, não dá para saber ao certo qual é o objetivo do Facebook com o Rooms, ou para quê as pessoas vão utilizá-lo – é sempre bom lembrar que o Twitter surgiu primeiro como uma ferramenta de broadcast da sua vida, e só depois se tornou a atual ‘rede de interesses’. Portanto, vale abrir o app, brincar um pouco, testar formatos de interação e ver se os amigos vão gostar de ir até lá também. O Google+ tá ai de prova que rede social sem os seus amigos não serve para muita coisa.
Considerando a quantidade de customizações oferecidas pelo Facebook, a possibilidade de ser anônimo e do foco em plataforma móvel, sinto cheirinho de inveja do sucesso do Snapchat – alguém mais também pensou que as salas acabam sendo uma versão das ‘Stories’ do Snapchat, só que sem desaparecer?
O Rooms é gratuito, mas está disponível apenas para iPhone e na App Store americana, do Reino Unido e em alguns outros países que falam a língua inglesa.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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