Bem, já passamos da fase de debater se o Twitter mataria os blogs, né? Principalmente porque a resposta é sim. Pense em quantos blogs de pessoas legais deixaram de ser atualizados com frequência depois que essa pessoa passou a usar mais o Twitter. Eu mesmo tenho um blog que está mais parecendo um site estático. Mas o que quero debater aqui é outra coisa que coloca blogosfera e twitosfera (existe isso?) em combate novamente. Será que os Retweets estão matando os comentários? Aqui no Brainstorm#9 os posts, geralmente, tem vários comentários mas o fato é que os RTs e Likes do Facebook invariavelmente tem números bem superiores.
Mas o que isso quer dizer? Que as pessoas preferem repassar uma opinião do que ter uma própria? Logo depois do meu último post por aqui eu e o Rafael Ziggy ficamos analisando como o Twitter exibia os números de RTs e menções da URL e notamos que os números não batem. OK. Percebemos distorções absurdas e nenhuma lógica entre elas. O Tweet do Ziggy foi um dos mais retuitados. Porque? Simples, ele pegou uma frase de efeito do post e tornou o tweet mais atrativo. Mérito dele, bobeira minha de não ter usado um título melhor. Já a MaWá acha que nesse post eu não dei margem para as pessoas contribuirem porque ele estava bem completo. Mas e daí? Cada pessoa tem uma experiência Mas o ponto não é esse.
Acho interessante e bem legal ver pessoas retuitando adoidado esses posts mas e o debate? Não é possível que todo mundo concorde com o post. A facilidade do Like e do RT acaba fazendo com que as pessoas tenham preguiça de comentar e tentar fazer com que o debate leve-nos a outro nível de conhecimento e discussão. O RT faz com quem comenta o que o Twitter fez com os blogueiros.
Retweet é uma indicação de leitura. E é uma excelente maneira de fazer isso. Vários dos tweets e RTs que aparecem na minha timeline têm dois destinos: Instapaper ou serem marcados como favoritos para serem acessados mais tarde. Mas não se enganem, eu sou um dos reis dos RTs. E pior, ainda tenho jogado muita coisa para o Posterous e Tumblr também. São referências, coisas que acho legal mas raramente eu comento a respeito. Nem uma introdução. Compartilho e pronto. Notei que é preguiça mesmo. Quem chegou até aqui vai saber que estou apenas indicando e não dando opinião alguma.
E aí chegamos a outro ponto desse post: Do que vale um post com centenas (ou milhares) de RTs? E como mensurar isso? Dá para medir o impacto desses RTs? Impacto real e não estimado. Temos que cruzar esse dado com o de onde vêm as visitas ao site e mesmo assim não dá para saber exatamente de onde vem todas essas pessoas. Vale a pena medir RT? E se vale a pena, isso se aplica também a links no delicious e similares?
E medir RTs não parece as vezes como se fosse uma necessidade old media de tentar mostrar que estamos atingindo mais pessoas que a audiência inicial? Um racional próximo ao de dizer que cada jornal é lido por mais 4 pessoas? Nem sei se esse é o número correto mas e aí? É isso mesmo? Aumentar o valor e vender o espaço comercial mais caro. Até aqui no Brainstorm#9 nós fazemos isso. Acaba virando regra do mercado e as vezes só sobrevive quem segue essas regras que ninguém fala.
Aí eu leio um texto que questiona se o RT é irrelevante e vejo uns gráficos sobre RTs e Replies em que 29% dos tweets causam alguma reação (contando apenas reply e RT). 6% são RTs e 23% são replies que, por sua vez, não passam da terceira mensagem (o q é bom. Twitter não é MSN) e que essas reações geralmente acontecem na primeira hora. Somando isso ao horário nobre do Twitter eu começo a notar que estamos repetindo nas redes sociais exatamente o que foi feito com a mídia tradicional e explorando tudo o que for possível.
O engraçado é que sabemos o resultado disso mas repetimos assim mesmo. Apenas para lembrar, quando abusamos do meio/canal/ferramenta, as pessoas criam filtros e barreiras naturais para ignorar as mensagens que não as interessam. Esse filtro que temos ao ver publicidade na mídia tradicional já foi o principal motivo de começarmos a recorrer às redes sociais. Power to the people. A opinião dos seus pares é o que importa. Não é uma marca falando é um amigo e tal. O Al Ries acha que RP é o caminho, transformar tudo em conteúdo. Mas, na real, o que a gente vê de matérias tão descaradamente vendidas e sem o disclaimer de que é um publiedtiorial que, de repente, nem isso se salva.
No final, eu não tenho conclusão nenhuma sobre a importância do RT. A única coisa que eu sei é que prefiro ver comentários inteligentes a RTs.