Existe um lugar em que reina a desconfiança, a lei do mais forte e onde os fracos não têm vez. É um ambiente selvagem, em que as respostas são sempre sim ou não – mas você só pode confiar, mesmo, quando a resposta é não. Esse lugar, amigo, é o mundo.
Veja a cobertura completa do Gizmodo do caso Snowden
Sem governo central e, logo, sem polícia, as relações entre os países são regidas pela desconfiança, pela cautela e pela lei do quem pode mais tem mais – quem pode menos, se vira. E não sou eu que estou dizendo. Isso é o que prega toda a teoria das relações internacionais até agora, como você pode conferir neste belo texto da Foreign Policy, uma das principais referências neste mundo #vidaloka.
E ai você se pergunta? O que raios isso está fazendo no Gizmodo? Porque isso tem tudo a ver com o Edward Snowden, o ex-espião que revelou o esquema de bisbilhotagem dos EUA, e o pedido de asilo que ele fez ao Brasil. Explicamos em três pontos. Poderiam existir 300 pontos? Sim, já que diplomacia é uma caixinha de surpresas. Mas esses três ajudam a entender o tamanho da encrenca.
Não existe moral
Era uma vez um presidente americano chamado Woodrow Wilson. Ele governou os EUA durante a Primeira Guerra Mundial, um confronto tão sangrento que deixou cicatrizes na Europa até hoje, como mostram essas fotos. Quando ele testemunhou o caos em que o mundo se meteu no conflito, decidiu que era preciso ter uma ordem internacional justa, com uma organização central, que permitisse mediar os conflitos até extingui-los de vez. Surgiu dali a Liga das Nações, um rascunho da atual ONU.