Matéria por Lucas Agrela, de INFO Online*
Um skate voador busca financiamento no Kickstarter. Uma unidade custa 10 mil dólares, 24,6 mil reais, em conversão direta.
O produto não funciona da mesma forma que o hoverboard de Marty McFly no filme de 1989 “De Volta para O Futuro Parte II”, já que precisa de uma superfície especial para levitar a uma polegada do chão, 2,54 cm. O projeto precisa alcançar a meta de financiamento de 250 mil dólares para que os produtos sejam entregues aos investidores. Caso contrário, o dinheiro deverá ser devolvido.
A empresa da Califórnia chamada Hendo Hover criou 18 protótipos até chegar à versão atual do Hendo Hoverboard. De acordo com a página da empresa no Kickstarter, a levitação acontece por magnetismo. Há quatro motores de flutuação que, literalmente, empurram uns aos outros tirando o skate do chão.
Atualmente, o material da superfície precisa ser um condutor não-ferromagnético. Portanto, ainda não é dessa vez que você poderá andar de skate na rua ou nas paredes, como faz McFly no longa-metragem de Steven Spielberg. A tecnologia utilizada no projeto é a mesma dos trens com levitação magnética, que, devido à falta de atrito com o solo, atingem velocidade de até 430 km/h.
“Nós estamos trabalhando em novos compostos e novas configurações para maximizar a nossa tecnologia e minimizar os custos”, informam os fundadores na página. O Hendo Hoverboard aguentou uma pessoa com cerca de 100 kg, de acordo com o pessoal do Engadget, que teve a oportunidade de testar o aparelho.
Entretanto, conforme indica a Forbes, a versão atual do Hendo Hoverboard é muito barulhenta e sua bateria dura apenas por sete minutos. Até o momento, a empresa conseguiu, com recursos próprios e ajuda de amigos e família, investir 1,5 milhão de dólares no projeto. Foram dois anos de trabalho da startup, que tem 19 funcionários, para criar o Hendo Hoverboard.
“Levitação usando ímãs parece simples: basta colocar um ímã sobre outro, de frente para os mesmos polos, e um lado flutuará. Voilá, certo? Infelizmente, como nós descobrimos (e ficamos com o coração partido como uma criancinha) isso nunca funciona”, de acordo com o site da Hendo Hover. Isso se deve ao Teorema de Earnshaw, que, em suma, impossibilita o equilíbrio entre dois ímãs para tirar um objeto do chão.
Já a lei de Lenz explica como correntes de Foucault são criadas quando ímãs são movidos em relação a um material condutor. Estas correntes de Foucault, por sua vez, criam um campo magnético oposto ao do condutor. A tecnologia central do Hendo Hoverboard, chamada Magnetic Field Arquiteture (Arquitetura de Campo Magnético), concentra-se neste campo de forma mais eficiente.
Até que a tecnologia esteja acessível a todos, a Hendo Hover oferece um kit de desenolvimento diferente: uma pequena caixa branca flutuante. Entretanto, ela se levanta do chão por apenas 12 ou 15 minutos após receber uma carga de 2 horas. O produto pode ser controlado por meio de um aplicativo para iPhones e iPads e custa 299 dólares, 743 reais, em conversão direta.
O skate voador deve começar a ser entregue em outubro de 2015, mas o kit de desenvolvimento chegará antes, em julho do ano que vem.
Apesar de se intitular o primeiro hoverboard do mundo, existem outros projetos — lembrando que o vídeo qeu surgiu na web no início de 2014 era uma pegatinha do Funny or Die. A diferença é que esta inicativa é real e pode chegar às mãos dos entusiastas da tecnologia futurista — que, entretanto, ainda está em fase embrionária e à procura de financiamento. “Diferentemente dos sistemas de levitação magnéticos empregados hoje, nossos sistemas de flutuação são comparavelmente baratos e completamente sustentáveis”, de acordo com a empresa.
Como indica o biólogo e pesquisador Átila Iamarino no vídeo abaixo, a tecnologia necessária para criar o hoverboard de “De Volta Para o Futuro Parte II” seria algo que anulasse a gravidade da Terra para manter a prancha estável no ar, o que ainda não existe. Isso porque a gravidade é uma curvatura do espaço que faz com que os objetos sejam atraídos por sua massa, e não funciona da mesma forma que a eletricidade, que pode ser anulada emitindo carga contrária.
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