Se os telefones celulares se tornaram uma espécie de controle remoto, ainda falta adaptar o mundo offline em que vivemos para que ele responda de maneira personalizada. Hoje, uma das tecnologias que faz a ponte entre os mundos offline e online é o QR Code, cujo uma pesquisa recente indica que somente 19% dos consumidores com smartphones têm o hábito de usar. O que não é uma surpresa, já que apesar de trazer possibilidades interessantes, convenhamos, não tem a experiência de usuário das mais incríveis.
A bola da vez para a integração do mundo offline com o online nos próximos anos é a tecnologia NFC (Near Field Communication), queridinha para pagamentos práticos feitos por meio do celular. Atualmente, são 44 milhões de aparelhos com a tecnologia NFC na rua, mas nos próximos anos estes números deverão disparar. E se o rebuliço é grande com relação às possibilidades de pagamento já presentes em alguns países, as discussões em torno das possibilidades de interação e geração de experiências para ações ou utilidade ainda engatinham.
No meio do ano, o Museu de Londres se juntou com a Nokia e espalhou tags ativadas por NFC que permitem que os visitantes compartilhem informação com apenas um toque no celular, além de acessar conteúdo extra sobre as exibições e fazer pagamentos.
Enquanto os celulares com NFC não se popularizam, a tecnologia RFID, sua prima com alcance de longa distância, tem cada vez mais aparecido em ações de grandes marcas e eventos. A StarHub Online Music Store, por exemplo, queria criar maior envolvimento com o público jovem e aumentar o número de downloads. Para isso, eles criaram provadores musicais: a pessoa entrava para experimentar uma roupa (que tinha um chip RFID em suas etiquetas) e, de acordo com seu estilo de se vestir, recebia sugestões musicais.
Há outras boas ações, como foi o caso da Asics com o Support Your Marathoner, que o Rafael Merel mostrou aqui no B9. A Coca-Cola também já explorou as possibilidades em um parque de diversões de Israel, onde os visitantes usavam pulseiras com RFID integradas com seu perfil no Facebook. Quando eles curtiam uma atração, bastava passar por um sensor, que publicava aquilo na rede social. No Brasil, a Royalpixel fez algo parecido recentemente, no NoCAPRICHO.
O único inconveniente é que estas ações dependem de um chip que pode estar em uma pulseira ou até em um adesivo, o que funciona bem em eventos, mas não para o dia a dia do consumidor. Imagine o fim de cartões de fidelidade quando os celulares com NFC se popularizarem. Um aplicativo de lojas de roupas pode guardar suas informações de preferências, formato de corpo e com um simples toque a loja vai conseguir te indicar produtos e disponibilidade de tamanhos, tudo o que a gente já consegue fazer há algum tempo no e-commerce. E quem sabe um tanto mais?
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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