*Por Camila Farani
Estamos na era da automatização da mente. Muitas vezes apertamos dois botões e a resposta vem; clara, limpa e sem rodeios. O Google, nosso gigante de negócios, símbolo emblemático cultuado por quase a maioria de nós, contribui de forma exponencial para nossos processos automáticos. Clique, resposta, clique, um mundo novo se abre, outras respostas e então, volta ao início. E assim vivemos os dias de hoje. Algum problema nisso? De forma alguma, desde que saibamos utilizar a tecnologia como ferramenta essencial.
Como toda mecanização leva a processos contínuos e repetitivos, o que muitas vezes nos faz esquecer de pensar no porquê, não podemos deixar de analisar sob a ótica do empreendedorismo que grande parte das empresas inspiradoras, que nasceram como Startups, começaram e se descobrir ou até mesmo se reinventar com base no seu “porque” e não no “o que”. O grande buscador acima mencionado tem como propósito organizar as informações do mundo e torná-las mundialmente acessíveis e úteis. E nesse ponto, da forma como se faz, as mulheres ganham uma onda favorável por conta de alguns de seus comportamentos habituais. Para as mulheres, a definição de sucesso vai muito além das cifras que suas empresas alcançam. Sucesso tem a ver com propósito e com o impacto que suas atividades possuem na sociedade que nos cerca.
Podemos confirmar essa afirmação pela quantidade de negócios sociais ultimamente criados ou liderados por nós mulheres. A sua empresa ou seu cargo está intimamente ligado a uma razão de ser, de significado para o outro. Cada vez mais tenho sido abordada por mulheres com indagações sobre a dificuldade de gerir sua rotina sem um propósito e por conta disso, creio que exista um aumento de iniciativas de diversidade de gênero nas empresas. Essa abordagem de criação de um valor que possa ser compartilhado com todos é tão latente que Lark Riemer, diretora do banco Australiano Westpac, pioneiro mundial em investimentos para apoiar o empreendedorismo feminino, afirma que são as mulheres que vão resgatar a credibilidade dos bancos abalada com a crise de 2008.
Em um mundo cada vez mais complexo, as empresas perceberam a necessidade de conquistar o envolvimento dos colaboradores e a vantagem de estimular a diversidade de todas as formas. Neste novo cenário, liderar significa romper com os tradicionais rígidos modelos hierárquicos de comando, buscar a participação e o desenvolvimento das equipes, inspirar os colaboradores, debater ideias e conciliar posições contraditórias antes de tomar uma decisão – características típicas das líderes femininas, cada vez mais presentes na empresa.
E para cada decisão, pensamento, estratégia, deixar a mente fluir e operar menos no automático possibilitando mais momentos de interação com a equipe, quando podem surgir boas e valiosas concepções, se faz necessário em um momento em que parecemos cada vez mais máquinas. Isso sim é um vento oportuno!
*Camila Farani – Vice Presidente do Gávea Angels, Co-fundadora da Lab22, gestora de Startups, Co-fundadora do MIA – Mulheres Investidoras Anjo, Consultora da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, Membro do Conselho de Jovens Empresários FIRJAN e FIESP e Vice-Presidente do Conselho de Pequenas e Médias Empresas da ACRJ.
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