A aceleradora oferece espaço de trabalho colaborativo próprio, formação, suporte, contatos e recursos (inclusive financeiros, mediante sociedade). Podem concorrer startups de diversas áreas (veja). Ontem, fui conhecer a história de um empreendedor na Academia Wayra em São Paulo e presenciei quatro coisas muito interessantes, e fiquei sabendo de mais uma, e ao meu ver isso sinaliza um rumo positivo para a iniciativa.
O que eu presenciei?
1) Presenciei o presidente da Telefonica, Antônio Carlos Valente, conversando com os empreendedores. Não foi a primeira vez, mas também não é banal, afinal ele deve ter algumas prioridades para o ano. Nem foi algo “para aparecer na imprensa”, considerando que eu não fui chamado lá e não havia mais ninguém lá para bater palma (a não ser os empreendedores, dos quais a Telefonica é sócia). A Leila Loria, Diretora Executiva de Relações Institucionais e Regulamentação, também estava lá, acompanhando uma representante da Junior Achievement. Sei que não deve ser todos os dias, mas achei interessante pois sabe-se que dificilmente as coisas andam (ou mudam) se não houver aval e liderança dos principais decisores;
2) Presenciei o Valente se animar com a trajetória e as perspectivas de um dos empreendedores e convidá-lo, no ato, para ir junto em um compromisso extremamente estratégico em outro Estado, e não para “ver como é” mas para ajudar o governador a compreender como a startup compreende o problema e pode vir a ser uma solução para uma política pública nada insignificante. Nem preciso comentar sobre relacionamento e acesso a oportunidades;
Carlos Pessoa Filho; representante da JA; Antonio Carlos Valente; Samir Iásbeck; Trinidad Pajares; Diego Remus; Leila Loria.
3) Presenciei um empreendedor comemorando que a Telefonica tinha não exatamente aceitado, mas sugerido e preparado o lançamento de uma parceria comercial envolvendo a startup e a gigante. “Essas coisas não estão numa prateleira, para você escolher como quer vender seu produto para os clientes da Telefonica e da Vivo. E já vi outros pedirem isso e não conseguirem. Aliás, logo na abertura da Wayra, os caminhos não estavam todos prontos, era muito mais difícil do que hoje conseguir qualquer coisa. O próprio Carlos teve de ser bem empreendedor e conseguir algumas coisas para nós”, comentou um dos empreendedores, referindo-se no final ao gestor da Wayra Brasil, Carlos Pessoa Filho – que agora conta com a Trinidad Pajares na equipe;
4) Presenciei o Carlos e diversos empreendedores comendo salgadinhos, bebendo umas cervejinhas (eu podia contar?) e debatendo coletivamente os desafios de uma das startups – que, naquele momento, contava com a criatividade de diversos outros empreendedores. Ou seja, ambiente de coworking só que apenas entre acelerados (não significa hiperativos, mas certamente ágeis). Sim, isso deve acontecer em outras aceleradoras e até em outros coworkings e empresas. Por isso mesmo acho bacana ver isso acontecer em lugares onde se pudesse imaginar uma certa carga corporativa;
5) Fiquei sabendo de uma notícia estrangeira recente: o braço de investimentos da Telefonica investiu (novamente, agora como venture capital Série A, não como capital semente para aceleração) em uma startup que participou da Wayra em Londres. Se essa moda pega?!
Além disso, vale notar que algumas (não a maioria) das startups aceleradas na Wayra em São Paulo vem conseguindo mais capital de novos investidores – e tração comercial, independente da Telefonica. Interessados em participar da Wayra devem se inscrever até 31 de janeiro em wayra.org/es/joinus. Vale conversar antes com o pessoal, conhecer, visitar.