Trabalhar além da hora não aumenta a sua produção. Torna você estúpido.
Arianna Huffington fala sempre sobre como a chave para sua produtividade é o dormir.
É uma sugestão inteligente, não menos porque tantos de nós ainda imaginam que quanto mais trabalhamos, mais produtivos nós somos. Por mais de cem anos ou mais, isso tem sido a norma.
O primeiro estudo sobre produtividade foi conduzido por Ernst Abbe nos laboratórios das lentes Zeiss nos anos de 1880. Ele mostrou o que quase todos os outros estudos posteriores mostraram que, até por volta de 40 horas de trabalho por semana, nós somos bastante produtivos, mas depois disso, nós começamos a ser menos capazes de produzir um trabalho confiável e custo-efetivo. Por que? Porque quando ficamos cansados, nós cometemos erros – e as horas extras que nós fizemos são absorvidas por corrigir esses erros. Isso é demonstradamente verdade em industrias como software nos quais os erros podem custar muito tempo depois. Mas é igualmente verdade na produção manufatureira onde mais unidades de produção também significam mais erros e perdas.
Mesmo que os dados sobre produtividades são comprovados, os humanos tem achado a mensagem dura de aceitar. Isso parece bastante lógico que duas unidades de trabalho vão produzir o dobro de saída. Lógico mas errado. A medida crítica que mede o trabalho não e nunca deverá ser saída mas entrada. O que interessa não é quantas horas você e seu time trabalhou, mas a qualidade e quantidade do trabalho produzido.
Aí é quem o sono entra. Embora nós achemos que podemos trabalhar alegremente pela noite, novamente os dados estão contra nós. Perca apenas uma noite de sono e sua capacidade cognitiva será a mesma de estar acima do nível límite de álcool. Ainda nós regularmente prezamos como heróis os executivos que ficam com olhos vermelhos, pulam em um carro alugado e correm pra próxima reunião.
A razão do sono ser tão importante é porque a fadiga não é simples. Quando estamos cansados, nossa performance não degrada igualmente. Ao invés, quando nós perdemos uma noite de sono, os lóbulos parietal e ccipital em nossos cérebros se tornam menos ativos. O lóbulo parietal integra a informação com os sentidos e é envolvido em nosso conhecimento de números e manipulação de objetos. O lóbulo ocipital está envolvido no processamento visual. Então as partes de sua mente responsáveis pelo entendimento do mundo e dos datos ao redor de nós começa a desacelerar. Isso é porque a mente está priorizando o thalamus – a parte do seu cérebro responsável por manter você acordado. Em termos evolucionários, isso faz sentido. Se você está focando em achar alimento, você precisa se manter desperto e procurar, não comparar receitas.
Após 24 horas de deprivação de sono, há uma redução geral de seis porcento na glucose que chega no cérebro. (Essa é a razão que você fica maluco por chocolates). Mas a perda não é dividida igualmente; o lóbulo parietal e o cortex prefrontal perdem de 12% a 14% de sua glucose. E essas são as áreas que a maioria precisa pra pensar: para distinguir entre idéias, para controle social, e para estar hábil para dizer a diferença entre bom e ruim.
Eu estive em muitas salas de reunião pela noite onde muitos maus negócios foram feitos, e vi o custo da deprivação de sono. Não apenas nos temperamentos exacerbados, má alimentação, e más decisões, mas na perda de trabalho verdadeiramente produtivo que poderia ter sido menos heróico mas muito mais valioso.
Matéria de Margaret Heffernan para Inc. Magazine. Clique para matéria original.