Já foi a época em que o Google reinava absoluto na web. Nem o mais pessimista dos videntes poderia imaginar que o gigante teria sua hegemonia ameaçada. Isso, até o surgimento de um tal de Mark Zuckerberg – até então, inofensivo, não fosse o fato de ele ter um quê de Steve Jobs e Bill Gates. Brincadeiras à parte, é fato: o Facebook está prestes a superar o Google como o maior site do mundo www.
Não dá para descartar a esperteza de Zuckerberg, mas o Google deu um tiro no próprio pé. Há alguns anos, nada seria mais incrível do que um site que consegue observar e armazenar informações sobre os hábitos das pessoas de todo o mundo. O que elas procuram, o que querem, para onde vão… Esse banco de informações sempre foi a galinha dos ovos de ouro do Google. A empresa de Eric Schmidt ganhava rios de dinheiro com publicidade por ser capaz de segmentar os anúncios, mostrar para as empresas quem eram seus consumidores e como elas poderiam atrai-los. Pensando em dois anos atrás, o que seria mais fantástico que isso?
Mas o Google não se atualizou, ficou para trás e Zuckerberg veio com o Facebook. Uma rede social que imita a vida real e permite que as pessoas interajam entre si, troquem fotos, links, vídeos e até cutuquem umas às outras. Muito interessante e proveitoso se olhamos do espectro estrategista e publicitário da coisa. Vamos lá. Enquanto o Google não sabe ao certo quem são os usuários, só sabe o que buscam, o Facebook possui um cadastro completo de cada um dos 600 milhões de usuários, sabe quem são seus amigos, o que dizem na rede, o que gostam e o que desprezam. Não é a toa que tudo indica que a receita publicitária do Facebook deva chegar aos US$ 4 bilhões. O Google que se cuide, a rede social de Zuckerberg não deve demorar em ultrapassá-lo em publicidade.
E o futuro-ex-gigante da internet já sabe disso. Tanto que em abril deste ano, Larry Page, co-fundador do Google, anunciou que 25% do bônus recebido anualmente por todos os funcionários seria baseado nos fracassos ou sucessos da empresa. Na verdade, o Google enxerga que o Facebook tem o mesmo tipo de vantagem que o Google está acostumado a ter sobre os outros competidores. Eric Schmidt, se eu fosse você, eu abriria os olhos e não me assustaria se lesse em algum lugar a seguinte frase: “O gigante da internet, o Facebook…”