Como seres humanos limitados e imperfeitos, é extremamente normal que não estejamos enérgicos e dispostos o tempo inteiro. Oscilamos entre o ânimo e o desânimo com certa regularidade, afinal, não somos andróides automaticamente programados para produzir e trabalhar. Somos seres orgânicos e emocionais, e normalmente, precisamos de certa dose de alegria e satisfação para levarmos nossos dias com relativa normalidade. Muitas vezes, no entanto, precisamos de uma boa injeção de ânimo, para seguir adiante com nossas tarefas, obrigações e afazeres. Mas onde, exatamente, podemos obter esta injeção de ânimo? Existem inúmeras formas de adquiri-las. Mas neste artigo, vamos enveredar especificamente por uma forma mais direta: o elogio.
Todos nós gostamos – apreciamos verdadeiramente – quando alguém exalta, ou reconhece nossas qualidades, ou nosso empenho e esforço, em determinado trabalho, tarefa ou projeto. Quem disser que não está mentindo. Em maior ou menor grau, todos nós gostamos de ser reconhecidos pelo nosso trabalho. Isso é inquestionável. No entanto, na terrível correria do cotidiano, muitas vezes esquecemos que não devemos apenas esperar sermos reconhecidos: devemos, antes de tudo, mostrar que reconhecemos o valor do trabalho dos outros também. Infelizmente, perdemos inúmeras oportunidades de colocar isso em prática, com uma frequência maior do que imaginamos. Mas podemos desenvolver o hábito de reconhecer o trabalho alheio, e elogiar nossos colegas de trabalho. Nunca é tarde para despertarmos esta qualidade.
Elogiar, reconhecer prontamente as qualidades do trabalho de alguém, não é válido apenas para quem exerce cargos de chefia. Na verdade, TODOS deveríamos fazer isso. A troca e a sinergia em nosso local de trabalho seria muito mais dinâmica e eficiente, se o fizéssemos com sinceridade, e com mais frequência. Sendo uma criatura primariamente emocional, seres humanos ressentem-se profundamente quando são ignorados, menosprezados ou tratados com indiferença. Isso pode ferir os sentimentos de qualquer pessoa, e uma pessoa desanimada, invariavelmente, não se sentirá motivada para nada. Evidentemente, não devemos exigir perfeição das pessoas, e não podemos cobrar delas qualidades que não desenvolvemos. Para exigir reconhecimento, temos de estar primeiramente dispostos a oferecê-lo.
Elogios nunca devem ser desmesurados, ou exagerados, pois assim soariam falsos, e até mesmo irônicos ou contraproducentes. Possivelmente, o efeito gerado seria o contrário do desejado: ao invés de motivarmos nosso colega ou funcionário, poderíamos deixá-lo constrangido ou consternado. Elogios devem ser breves e sinceros. Não precisam ser grandiloquentes ou espalhafatosos, e também não há a menor necessidade de que a equipe inteira ouça. Dependendo da ocasião, pode-se fazer mais do que isso: podemos realmente inspirar o indivíduo a desenvolver o seu potencial, e trabalhar em suas qualidades, de maneira a desenvolvê-las de forma cada vez mais plena e abrangente.
Nas trivialidades de nossa letargia cotidiana, cometemos a grande falha de não enxergarmos a nós mesmos como agentes motivacionais, e, dessa maneira, perdemos oportunidades fantásticas de auxiliar pessoas próximas a nós de desenvolverem seu real potencial, e não apenas como profissionais, mas também como seres humanos. Acabamos por subestimar a nossa capacidade de inspirar e reconhecer o trabalho de pessoas próximas a nós. Esquecemos que possuímos a habilidade de exercer poder para motivar pessoas, e insuflar-lhes autoconfiança e determinação. Temos o mesmo poder destes palestrantes motivacionais que existem em enorme quantidade no mercado. Nós, no entanto, podemos fazer de graça, e ininterruptamente, aquilo que eles cobram muito caro para fazer, durante o curto período de uma hora e meia. Muitos de nós reclamam que não foram estimulados o suficiente, que não foram encorajados o suficiente, quando éramos mais jovens. Mas o que estamos fazendo com relação às pessoas próximas a nós? Com relação a indivíduos mais jovens, com relação às gerações mais jovens? Indivíduos reclamadores e derrotistas serão, na melhor das hipóteses, aquilo que já são: profissionais estagnados e simplórios. Um bom gestor, um bom funcionário, um bom empregador, no entanto, tratará de desenvolver a importante qualidade motivacional do reconhecimento alheio. O trabalho dos outros é tão importante quanto o nosso. Se motivarmos as pessoas que fazem parte de nossa vida de forma enérgica, entusiástica, sincera, amistosa, a desenvolverem todo o seu potencial, poderemos contribuir para o maravilhoso propósito delas tornarem-se aquilo que deveriam ser.