Comecemos com um depoimento contextualizante. “Brasília foi consumida na última década pelo câncer dos concursos. Apavora-me perder tantos amigos (e excelentes profissionais) para o serviço público. Por aqui, somos minoria e comumente taxados de displicentes por não entrar na onda. Tenho visitado universidades e eventos técnicos com bastante frequência pra falar da cultura startupeira (como o StartYouUp).
Há algum tempo, ensaio a realização, por aqui, de algum encontro de empreendedores, pra ver se desperta no pessoal uma outra perspectiva profissional. A realização do StartupMeetup é um excelente começo para o desenrolar de algo maior, efetivamente mobilizador. Ademais, dada a insegurança do povo local, comecei, no último ano, a fomentar um modelo de rede para o empreendedorismo de ideias“.
Realmente, foi um bom começo. Ale organizou o I Startup Meetup Brasília com o faiscante e premiado Marcos Roberto Martins (da Intacto TV) e foi um sucesso. Roberto Mascarenhas Braga, da startup IPe Engenharia de Rede, manifestou: “particularmente, nunca tinha visto tantos empreendedores de Brasília juntos em um evento. É um ótimo sinal que a cena de empreendedorismo digital da capital está se movimentando, com grandes ideias e gente que trabalha de verdade. As fotos do evento estão no Flickr“.
Recentemente, a turma com coceira de vamos-fazer-mais-e-melhor-juntos começou a realizar um encontro periódico chamado Startudojo, em que os participantes realmente agem como uma consultoria e ajudam um ao outro a colocar a mão na massa para melhorar os modelos de negócios de cada um.
A dedicação é tão real e presente – muito além da bullshitagem de massagem de egos que começa a pipocar – que os profissionais abriram um blog de verdade, o Startupei.ro, para registrar e amplificar todas as experiências.
Pode ser que poucas andorinhas também não façam verão, mas com certeza muitas andorinhas não fariam verão sem o mindset apropriado, como o desses brasilienses. Quero dizer: mesmo que a soma desses eventos, experiências, startups, empreendedores não represente um Vale do Silício, quem se importa? Afinal, eles estão “alive and kicking” de forma autêntica, não baseada em hype! Vale lembrar que da grande Brasília saíram Marco Gomes (boo-box) e Júlio Vasconcelllos (Peixe Urbano) – só para citar.
Até um pouco fora do eixo especificamente empreendedor digital encontramos vida fresca pulsante. Por exemplo, em torno do evento mensal Ossobuco, de ideias extravagantes – que a design thinker Renata Lemos me recomendou veementemente. De repente, significa! Que Brasília tem jeito 😉 Vai depender do que se fizer em Brasília e com Brasília.
Esta matéria faz parte da missão Vales do Brasilício.