Poucos anos depois dos ataques terroristas nos Estados Unidos, o arquiteto Michael Arad voltava para casa e pensava sobre o que poderia ser uma contribuição para seus iguais. Um espaço onde pudessem relembrar o trágico momento que viveram e encontrar forças para seguir em frente. No caminho viu uma praça com uma pequena fonte e um grupo de jovens ao redor. Sentou-se com eles, e tomado por silêncio compartilhado, encontrou o que procurava.
Seu memorial, batizado de “Reflecting Absence”, é formado por duas quedas d’água construídas exatamente na mesma posição das torres, com 10 metros de profundidade e cercadas por placas de bronze com os nomes das vítimas, onde o público (e os familiares) podem ter seu momento de paz. Seu projeto foi o vencedor, entre outros 5,201.
Arad é judeu (e cidadão israelense), nasceu em Londres, onde seu pai era Embaixador de Israel. Viveu em Jerusalém por 9 anos, e chegou a NY em 1999.
Parte dos responsáveis pela obra tem uma ligação muito forte com o atentado: O chefe hidráulico perdeu a mãe; o dono da siderúrgica (que fornece as placas com os nomes) perdeu a filha.
Fiquei muito impressionado com o trabalho de Jer Thorp, responsável pelo desenvolvimento de um algoritmo que mantém os nomes relacionados próximos. No total, são 76 painéis (18 de cada lado mais 1 nas curvas). Este algoritmo também considerou a tipografia de cada bloco, para garantir que a divisão das placas não separasse nenhuma letra ou nenhum nome. A rede de relações entre os nomes atende 1200 especificações.
Outro detalhe interessante: as placas de bronze possuem um sistema hidráulico de temperatura, para garantir que a possibilidade de tocá-las no frio ou no calor.
Lembro que em Maio deste ano o Merigo fez um post sobre este memorial aqui no site. E hoje, dia da inauguração, resolvi compartilhar com mais alguns detalhes para vocês.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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