Várias metrópoles estão ficando sem espaço, e o pouco que resta custa uma fortuna para se alugar ou comprar – para quem quer morar na cidade grande (ou seja, milhões de seres humanos) isto é um problema. Então eis uma solução: micro-apartamentos para evitar o estigma do “apertamento”, que conseguem dar vida completa a uma caixa minúscula.
O que você vê acima é o vencedor da competição “adAPT NYC” feita pela cidade de Nova York, visando a criação de apartamentos habitáveis, humanos e com design elegante com área de até 37m² (o mínimo hoje permitido por lei na cidade).
O projeto “My Micro NY”, do escritório nARCHITECTS, faz exatamente isso. Você pode fazer caber toda a sua existência em um apartamento entre 25 e 28 m² usando compartimentalização inteligente, móveis dobráveis, e um olho treinado para ocupar o espaço de forma mais eficiente. De acordo com a explicação do gabinete do prefeito Michael Bloomberg:
Cada unidade é composta por duas zonas distintas: uma “caixa de ferramentas” que contém uma cozinha, banheiro e lugar para guardar suas coisas; e uma “tela” fornecendo espaço amplo, flexível e bem proporcionado que permite a expressão individual, e serve como área para se habitar e para dormir. ‘My Micro NY’ une um espectro de escalas indo de cozinhas projetadas de forma eficiente à organização dos apartamentos e espaço comum, todos em uma construção simples, porém icônica.
Como você pode ver na imagem acima, neste apartamento a sala de estar, sala de jantar e quarto são o mesmo espaço – porém utilizado de forma diferente. A ideia aqui reflete o que Graham Hill, amigo do Gizmodo, fez com seu próprio apartamento, mas o My Micro NY quer expandir isso a mais pessoas.
No ano que vem, um edifício inteiro de micro-apartamentos será erguido no bairro Gramercy, em Manhattan, com preços que ganham fácil até de um estoque infestado de piolhos no andar de cima de um restaurante chinês: US$ 940 para um estúdio e cerca de US$ 1.700 por uma unidade de duas pessoas. Para morar em Manhattan, esses preços são espetaculares.
Mas isso é para além de Nova York. Experimentos como este indicam que podemos viver bem dentro de espaços que pareceriam claustrofóbicos e horríveis no papel. Com o projeto certo, metragem quadrada realmente não significa muito. É como estar dentro de uma ilusão de ótica. É como estar dentro de uma câmara de espaçonave. É brilhante.
Eu quero tentar morar em um desses agora mesmo, porque é assim que o urbanismo será neste século. [NYC.gov]