A cada quatro anos há uma nova bola da Copa do Mundo, e os jogadores têm que se adaptar ao seu novo comportamento devido a mudanças em suas propriedades aerodinâmicas. Os jogadores odiavam a Jabulani, bola de 2010, por causa de seus movimentos imprevisíveis. A Brazuca resolveu esses problemas? A NASA tem a resposta.
Na África do Sul, os jogadores diziam que a Jabulani era péssima. Lembro-me de assistir a entrevistas com a equipe espanhola – que venceu a última Copa – e todos reclamavam disso. “Ela se comporta como uma bola de praia” era a queixa mais comum.
A NASA explica que a culpa é do knuckling. Este termo é bastante comum no beisebol: trata-se de uma bola lançada praticamente sem momento angular, fazendo-a se mover de forma imprevisível. A bola tem linhas de costura e, nelas, o ar se move em espiral (vórtices) – por isso a bola pode repentinamente mudar de direção.
Isso se chama “knuckling” porque os jogadores de beisebol lançam a bola segurando-a entre o polegar e os nós dos dedos (“knuckles”, em inglês). Mas isso também acontece no futebol:
A bola da Copa do Mundo anterior, a Jabulani, às vezes demonstrava movimentos “sobrenaturais”… quando chutada com pouca ou nenhuma rotação, a bola sofria com “knuckling”… O knuckling ocorre quando, em rotação zero ou perto de zero, as linhas de junção [entre os painéis da bola] canalizam o fluxo de ar de uma maneira incomum e errática, tornando imprevisível a sua trajetória.
A falta de precisão afetava todo o jogo e fazia a maioria dos jogadores odiar a bola. Por isso, a Adidas “trabalhou com centenas de jogadores para desenvolver a Brazuca”, a fim de resolver este comportamento “sobrenatural”.
Eles introduziram algumas mudanças: enquanto uma bola de futebol tradicional tem 32 painéis e a Jabulani tem oito, a Brazuca tem apenas seis. Os painéis da Brazuca também têm uma superfície mais rugosa.