Para chegar ao que conhecemos hoje, as mídias sociais percorreram um longo, e transformador caminho
As mídias sociais não são tão novas quanto parecem ser. O ecossistema das mídias sociais, em que a informação é transmitida horizontalmente de pessoa para pessoa, juntamente com as conexões sociais remontam à época romana.
E, mais de 2 séculos antes do Twitter, Facebook, Pinterest e o resto surgir, um outro ambiente de mídias sociais surgiu na América colonial.
Ela consistia em uma rede interligada de jornais e outras mídias que foi articulada por Benjamin Franklin.
Franklin começou sua carreira no setor de mídia trabalhando para seu irmão mais velho, James que era editor da New-England Courant, um jornal de Boston.
A primeira incursão de Benjamin em redação de jornal tomou a forma de uma série de 14 cartas, escritas sob o pseudônimo de uma viúva chamada Silence Dogoog.
James ficou furioso quando seu irmão de 16 anos admitiu ter escrito as cartas. Isso mostra como os jornais da época estavam aberto para inscrições de qualquer pessoa, desde que expressando uma opinião interessante para a audiência.
Pequenos e locais, esses jornais, com circulação de algumas centenas de cópias, na melhor das hipóteses consistiam em grande parte de cartas de leitores, reimpressão de discursos, panfletos e artigos de outros jornais.
Eles forneceram uma plataforma aberta, através da qual as pessoas podiam compartilhar e discutir suas opiniões com outras pessoas. Eles eram, as mídias sociais da época.
Benjamin Franklin passou a tocar um jornal próprio, a Gazeta da Pensilvânia, na Filadélfia em 1729. Alguns anos mais tarde, tornou-se agente postal da Filadélfia, em parte porque o controle do serviço postal facilitou a correspondência que melhorou o jornal.
Ele passou o sistema de maneira tão eficiente que em 1753 foi nomeado vice-postmaster geral para as colônias americanas.
Nessa função, ele aumentou a confiabilidade e a frequência do serviço postal, reorganizando rotas e simplificando procedimentos.
O número de entregas para Nova Iorque e Filadélfia passou de 1 vez por semana para 3 vezes e, pela primeira vez o serviço postal se tornou rentável.
Tão importante quanto isso, Franklin permitiu a troca livre pelo correio de jornais tanto dentro, como entre as colônias, formalizado a reimpressão de relatórios e cartas de diferentes cidades.
Como editor da Gazeta da Pensilvânia, estimular a circulação de notícias destas várias maneiras era do interesse comercial de Franklin.
Mas isso também contribuiu para o dinamismo, vitalidade e unidade das colônias americanas e o emergente ecossistema de acesso às informações.
Isso possibilitou que as cartas e panfletos atingissem um público amplo, uma vez que eram impressos em um jornal e depois copiada e reproduzida em outros.
Em 1760 a rede de jornal colonial tinha se transformado em uma plataforma poderosa, aberta e social para ensaiar argumentos, a propagação de ideias e a troca de opiniões.
Enquanto as tensões cresciam com o governo da Brã-Betanha, muitas cartas notáveis e panfletos irradiavam nesta rede.
Mas, o mais bem sucedido foram os ensaios de Thomas Paine, um imigrante que em janeiro de 1776 articulou suas ideias para a independência de maneira ais clara e vigorosa do que qualquer pessoa havia feito antes.
Seu panfleto, denominado “senso comum”, rapidamente percorreu as colônias, compartilhando o primeiro lugar entre a elite ética e política, que animadamente recomendou a sua leitura uns aos outros.
Em seguida, as cartas foram amplamente reproduzidas e extraídas em jornais locais.
Inquestionavelmente, estamos falando do panfleto mais popular e influente da Revolução Americana, que vendeu mais de 250 mil cópias e tornou Paine um autor best-seller.
Como podemos ver, a revolução foi certamente ajudada pelo ecossistema de mídia e distribuição, extraordinariamente libre e aberto na América.
A circulação de cartas, panfletos e jornais, além do intercâmbio de ideias ajudou a unir as colônias separadas e uniu as pessoas em prol de uma causa comum.
Hoje, séculos mais tarde, articulamos nossa livre opinião em mídias sociais, blogs de direita ou esquerda e trazemos as pessoas não apenas para junto de nossas ideias ou nossas causas, mas para as nossas marcas.
Defendemos nosso ponto de vista político. Aplicamos as mídias para diminuir as barreiras e, por que não para criar uma comunidade entorno das ideias que comunicamos.
A mídia fala a favor das nossas crenças políticas, sociais e, principalmente comerciais.
Não é de hoje que validamos o poder das mídias sociais para engajarmos pessoas, darmos espaços e refletirmos sobre nossas opiniões. Hoje nós apenas aprofundamos a coisa toda e, usamos para os nossos fins mais urgentes.
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Este artigo foi adaptado do original, “Benjamin Franklin, Social Media Pioneer”, do Medium.