Uma dúvida frequente entre estudantes e empreendedores em estágio inicial dos negócios é a diferença entre incubadora e aceleradora.
Afinal, existe distinção entre as duas entidades? A resposta é sim e conhecer a diferença entre elas é fundamental para saber fazer a escolha certa, tanto entre um modelo ou outro, quanto eventualmente não se associar à nenhuma delas.
As incubadoras já existem no Brasil há mais de uma década e estão muito associadas ao ambiente acadêmico e governamental. Normalmente surgiram em ambientes de pesquisa nas grandes universidades para transformar ciência em negócios. São organizações sem fins lucrativos.
Já as aceleradoras são peças novas no cenário do empreendedorismo brasileiro e nasceram com o recente boom de startups no país. São entidades privadas que visam lucro e ajudam startups a crescerem em ritmo acelerado.
As aceleradoras e incubadoras se associam às empresas de maneiras distintas. As aceleradoras, quando se unem a uma startup, normalmente obtém uma participação na empresa associada, que varia de 5% a 20%. Em contrapartida, as aceleradoras oferecem além de apoio estratégico, um aporte financeiro que pode chegar até a US$20 mil. Já as incubadoras brasileiras normalmente não fazem aporte financeiro nas startups, porém também não exigem equity nas empresas. Ajudam as empresas incubadas a obter alguma linha de financiamento governamental.
Traçadas as diferenças básicas entre incubadoras e aceleradoras, a quem é melhor recorrer? A resposta depende do tipo de negócio que você está montando. Caso sua empresa esteja em um mercado tradicional e que precise de uma grande quantidade de dinheiro, as incubadoras podem ser uma boa opção. As incubadoras oferecem programas de incubação que duram até três anos e nelas você pode obter o ambiente necessário para fazer seu negócio crescer gradualmente.
Caso sua empresa seja uma startup que ainda precisa testar rapidamente seu modelo de negócio, as aceleradoras são uma melhor opção. As aceleradoras operam com programas curtos, de até 6 meses de mentoria e provavelmente terão mais agilidade para lhe ajudar a mudar a estratégia no meio do caminho, caso seja necessário.
Porém, antes de tentar se enquadrar dentro de um ou outro modelo, saiba que tanto aceleradoras, quanto incubadoras podem não cumprir seu papel e deixar o empreendedor na mão. Existem muitas aceleradoras no Brasil que massificam o processo de aceleração, sem entender a sutileza de cada startup. Partem da premissa
que basta ajudar o empreendedor a montar um Modelo Canvas de negócios ou a seguir o Lean Startup, que já cumpriram o seu papel.
Já as incubadoras podem estrangular o empreendedor, ainda que de mercados tradicionais, com morosidade e pouco conhecimento de mercado. Apesar das intenções nobres da maioria das incubadoras brasileiras, os processos dessas entidades são lentos, na maioria das vezes atrelados a editais burocráticos. O outro aspecto que pode complicar a vida do empreendedor é o distanciamento entre a incubadora e o mercado consumidor, já que em muitas vezes as incubadoras possuem uma abordagem essencialmente acadêmica.
A dica para quem se encontra no dilema “aceleradora ou incubadora” é, primeiramente, fazer uma análise do tipo de empresa que você possui. A observação seguinte é ter em mente que tipo de ajuda você precisa. Mensure os riscos de cada opção e coloque na conta. Talvez nenhuma das duas opções seja interessante, ou ainda alguma escolha vai ser decisiva para o seu sucesso. O importante é não tomar uma decisão seguindo apenas o modismo.
Leandro Ramos é administrador de empresas
cofundador do www.indike.com.br