Brasília – Atuante pela democratização do acesso a serviços financeiros, a Cooperativa de Crédito de Paracatu e Noroeste de Minas Gerais (Sicoob Crediparnor) mantém forte parceria com o Sebrae. A entidade participa de um conjunto de iniciativas para promover o desenvolvimento local, a formalização de trabalhadores autônomos e a capacitação de micro e pequenas empresas (MPE).
A Sicoob Crediparnor surgiu em dezembro de 1995. Hoje, possui escritórios nas cidades de Paracatu, Unaí e Arinos, em uma região que abrange 17 municípios. A instituição reúne aproximadamente 3,8 mil associados. Desse total, 99% são MPE.
Carlos de Paula Souza, superintendente de Crédito da Sicoob Crediparnor, destaca que as cooperativas têm como papel oferecer produtos e serviços a preços mais competitivos que as grandes instituições financeiras. “Ao pegar financiamento em um banco tradicional, a empresa de maior porte tem mais condições de barganhar e conseguir juros menores. O mesmo não ocorre para um pequeno negócio. Aí entra a cooperativa, com taxas mais favoráveis”, observa.
O superintendente ressalta que, junto com o crédito a custo menor, os pequenos empreendimentos demandam ferramentas como máquinas de cartões de débito e crédito, talões de cheque e serviço de cobrança, tudo isso oferecido pelas cooperativas.
Na visão de Carlos de Paula Souza, um dos pontos cruciais do trabalho desenvolvido pelas cooperativas se relaciona à utilização da poupança captada. “Até por uma questão legal, somos obrigados a aplicar a totalidade dos recursos na própria comunidade. Um banco tradicional utiliza o dinheiro dos seus clientes para emprestar nos grandes centros. Se a população dos pequenos municípios entendesse essa lógica, só depositaria nas cooperativas”, assinala o superintendente.
Em parceria com o Sebrae e as associações comerciais, a Sicoob Crediparnor criou em 2011 o programa Empreender para Crescer, para promover a formalização de microempreendedores individuais (MEI). A iniciativa mostra a profissionais que atuam por conta própria os benefícios da legalidade para os negócios. “Muitas pessoas tinham medo de se formalizar porque achavam que pagariam muitos impostos. Fizemos reuniões para romper com esses preconceitos e apontar vantagens, como o direito à Previdência Social”, lembra Carlos de Paula.
MEI
“Em todo o país, já são mais de 2,8 milhões de negócios formalizados a partir do MEI, iniciado em meados de 2009, e a tendência é ascendente”, diz o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos. Segundo ele, trata-se de um segmento potencial para atuação das cooperativas de crédito. “Elas oferecem condições diferenciadas como juros e tarifas mais acessíveis, menos burocracia, mais rapidez na concessão do crédito e atendimento personalizado. Isso é o que os pequenos negócios precisam para se desenvolver e crescer”, destacou.
O programa oferece um pacote de atrativos vinculado ao cadastro como MEI. Entre eles, soluções financeiras da Crediparnor, um conjunto de serviços disponibilizados pelas associações comerciais por R$ 5, e as oficinas de capacitação do Programa SEI, do Sebrae.
O resultado desse movimento provocou impacto no ambiente empresarial de Paracatu, Arinos e Unaí. De julho de 2011 a julho de 2012, o número de registros de MEI nos três municípios subiu de aproximadamente mil para mais de três mil.
Outra ação implementada pela cooperativa e o Sebrae é a criação de núcleos empresariais. Esses grupos contarão com diagnóstico, consultorias em assuntos como tecnologia, marketing e gestão, capacitações e presenças em feiras. Cinco empresas de Paracatu produtoras de biscoitos caseiros formarão o primeiro núcleo. Juntas, elas geram quase cem empregos diretos e faturam perto de R$ 3,5 milhões por ano.
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