Quais são as virtudes indispensáveis na prática da liderança? Entenda quais virtudes é preciso desenvolver para a prática da liderança virtuosa
Coragem é uma virtude importante para a liderança. É fundamental para liderar as pessoas, romper o status quo e ter um impacto significativo.
Mas, além da coragem, prudência e temperança também são fundamentais para a liderança.
A prudência
Prudência vem do latim, prudentia, que significa visão e sagacidade e, no francês antigo, significa “sabedoria para ver o que é virtuoso, adequado e rentável”.
A prudência é saber quando segurar as pessoas e quando envolve-las. Na prática da liderança, a prudência aplica-se pelo menos em 3 áreas: sabedoria, visão/previsão e conhecimento.
Sabedoria
A sabedoria afeta claramente a tomada de decisão. Nós estamos olhando para o que está funcionando, ou estamos nos concentrando naquilo que não está funcionando?
O que devemos focar primeiro, pontos fortes e paixões ou pontos fracos? Será que realmente precisamos gerir pessoas assim como fazemos com os outros recursos?
Será que temos um sentido compartilhado e alinhado de propósito e objetivos? O nosso processo de tomada de decisão é compreensível e fundamentado?
Visão/previsão
Esse sentido requer equilíbrio de interesses concorrentes, como de curto e de longo prazo. Estamos dispostos a fazer alguns sacrifícios hoje para sermos melhor amanhã?
Podemos avaliar rapidamente a situação e entender os potenciais resultados? Somos capazes de mitigar o risco, bem como o plano de resgate? Podemos aplicar as lições do passado sem lhes prejudicar o futuro?
Conhecimento
Funcionam como o entrosamento entre a forma de aprender e aplicar. Nós testamos nossas hipóteses, aprendemos a aplica-las e iterar? Podemos desaprender?
Damos às pessoas a educação e as experiências de que precisam? Podemos mudar nossa lente, olhar para as coisas de forma diferente e enxergar as oportunidades nos desafios? Será que somos capazes de pensar paradoxalmente?
A temperança
A temperança é geralmente considerada como uma moderação do equilíbrio de interesses concorrentes. Temperança não é a busca da uniformidade para alcançar o status quo. Temperança é um excelente complemento para a coragem.
A temperança pode ser aplicada em pelo menos 3 áreas: equilíbrio, disciplina/hábitos e ROII (retorno sobre o investimento em inovação).
O equilíbrio
É como costumamos definir a temperança. Podemos equilibrar a vida com o trabalho? Estamos focados na satisfação do cliente ou em manter os acionistas felizes?
Nós conseguimos agir no curto prazo sem prejudicar o longo prazo? Nossas equipes são compostas de diversidade de pensamentos, perspectivas e experiências?
Disciplina/hábitos
É aqui que as coisas começam a acontecer. Nossas políticas equilibram as necessidades das pessoas com os nossos negócios? Somos responsáveis? Damos as pessoas a autoridade de acordo com a sua responsabilidade?
Incentivamos hábitos saudáveis de mente e corpo? Nosso envolvimento com a nossa comunidade reflete nossos valores? Será que realmente estamos reduzindo ou eliminando as barreiras culturais?
ROII – retorno sobre o investimento em inovação
Nós temos um processo de inovação que é robusto, mas não oneroso? Será que sabemos aprender com o fracasso ou vamos punir as pessoas por conta disso?
Estamos continuamente testando as hipóteses de aprender, aplicar e iterar? Nós valorizamos a experimentação ou vemos isso como um sinal de que não temos resposta?
Nós apoiamos a cultura lean startup ou vamos exigir a perfeição antes de ir para o mercado? Permitimos tempo e o espaço para que a inovação aconteça?
Qual a virtude mais importante no processo de liderança?
É difícil isolar uma virtude como sendo a mais importante no quesito liderança e inovação.
A liderança é sobre isso: a capacidade de lidar com sobreposições, para integrar, identificar sinergias e interdependências e apoiar as pessoas para maximizar as oportunidades de criação do lucro e do resultado.
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Este artigo foi adaptado do original, “Why leadership requires prudence and temperance”, do SmartBlog on Leadership.