São Paulo – O Brasil é o maior produtor mundial e o segundo maior consumidor de café do planeta. De acordo com levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), entre maio de 2011 e abril de 2012 o país registrou um consumo de 19.975 milhões de sacas. A instituição destaca ainda que a qualidade do grão brasileiro melhora a cada ano.
Para trocar experiências e discutir os gargalos do setor, empresários e profissionais da cadeia produtiva estão reunidos no 7º Espaço Brasil Café, uma das principais feiras do setor, em São Paulo. O evento, que termina neste sábado (6), traz palestras, workshops, salas de provas de café e competições.
Um dos pontos mais visitados da feira é o Espaço Sebrae, com 100 metros quadrados, que apresenta oito regiões brasileiras produtoras de café – Cerrado, Das Matas e Mantiqueira, de Minas Gerais; Norte Pioneiro, do Paraná; Alta Mogiana, Mogiana, Centro e Oeste Paulista, de São Paulo. Todas têm produtores em projetos apoiados pela instituição de apoio às micro e pequenas empresas (MPE).
Três dessas regiões – Cerrado, Norte Pioneiro e Mantiqueira – já conquistaram o selo de Indicação Geográfica, que comprova a particularidade do produto, ligada à sua origem. Os produtos com este símbolo inspiram mais confiança ao consumidor, na medida em que, para conseguir a certificação, a região e o café precisam passar por um processo rigoroso de avaliação.
“A feira é um canal para ampliar a comercialização, mas também mostra as tendências deste segmento”, diz a coordenadora nacional de Cafeicultura no Sebrae, Carmen Lúcia Sousa.
O perfil predominante das propriedades de café é de empresas familiares. O Sebrae desenvolve 21 projetos nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rondônia, Espírito Santo, Pernambuco e Bahia.
Encontro
Nesta sexta-feira (5), foi realizado ainda o Encontro Nacional de Coordenadores e Gestores da Carteira de Projetos de Café, no qual esses profissionais puderam trocar informações para desenvolver ações no sentido de aumentar a produtividade nas pequenas propriedades.
O consultor do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Vitor Rossi, falou sobre as várias linhas de financiamento do órgão governamental para a agricultura familiar. O Brasil possui 198 mil estabelecimentos agropecuários em que o café contribuiu com um terço do rendimento das famílias.
“Temos várias alternativas onde o produtor familiar de café pode buscar recursos e até mesmo vender, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar, em que o estado compra alimentos para a merenda escolar”, disse. Outra iniciativa, segundo Rossi, é o Brasil Orgânico e Sustentável, que já mapeou 230 empreendimentos rurais com potencial para fornecer para os eventos esportivos dos próximos anos. “Entre os negócios mapeados estão vários produtores de café”.
De acordo com a gestora do Sebrae, Carmem Sousa, os 21 projetos desenvolvidos por essa instituição contemplam ações de acesso a mercados, gestão, inovação, levando principalmente assistência técnica e ajudando na certificação das pequenas propriedades.
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