Steve Jobs estava errado. É preciso observar os consumidores quando o assunto são produtos inovadores
Há muito tempo uma frase de Steve Jobs ficou famosa por afirmar que os clientes não sabem lhe dizer como o seu próximo produto deve ser. As empresas criam e os clientes consomem.
Mas, o ritmo de inovação está cada vez maior e os clientes estão ganhando acesso à novas ferramentas que acabam por democratizar a inovação.
Com isso, os clientes têm se tornado uma importante fonte de novas ideias para as marcas. Eles estão mudando produtos existentes para torna-los melhor, mais personalizado ou os adaptando para fazerem coisas novas.
Para ser competitivo, as marcas precisam olhar para fora e cultivar as comunidades de clientes criativos que estão moldando o futuro dos seus produtos.
Aqui vamos compartilhar 5 exemplos de clientes criativos que mudaram os produtos de maneira surpreendente.
#1. Os fones de ouvido para iPod
Lee Washington postou um vídeo sobre uma ideia que ele teve de fazer fones de ouvidos melhores para iPod.
Ele reconheceu que os fones têm uma grande tendência em se emaranhar e com isso criou um sistema de fones de ouvidos que permite que os cabos dos auscultadores sejam bloqueados.
É uma solução inteligente para um problema comum que atinge todas as pessoas que escutam música. E não se trata de um trabalho grande de consultoria, ou de uma equipe de P&D.
Lee Washington é um cliente que ama a Apple, mas que odiava os fones de ouvido.
#2. A impressora de órgãos
Impressoras jato de tinta têm uma finalidade básica. Mas, e se esse sistema pudesse ser transformado em um sistema de impressão de células humanas, ou até mesmo de órgãos humanos?
Em laboratórios de todo o mundo, os cientistas perceberam que a tecnologia jato de tinta pode ser aplicada na ciência de uma maneira muito original. Esses cientistas adaptaram as impressoras para imprimir células e órgãos humanos.
Centenas de artigos científicos foram publicados falando sobre o processo de impressoras de células e órgãos humanos.
É uma maneira revolucionária para um simples produto e que foi inspirada não pela Epson ou HP, mas por pesquisadores criativos.
#3. Hackeando a câmera GoPro
A GoPro é uma excelente ferramenta para capturar imagens em alta resolução. A marca GoPro, em muitos aspectos foi definida pelos vídeos e pela arte que seus clientes têm criado.
Mas, os clientes também estão preocupados projetando novas montagens, entradas de áudio e até mesmo novas conexões para a GoPro.
Procure no YouTube por “GoPro hack” e você terá como resposta milhares de vídeos com pessoas mexendo e melhorando as suas câmeras para torna-la melhor ou capturar imagens ainda mais criativas e inspiradoras.
#4. Hackers IKEA
Nem tudo precisa ser técnico para ser remodelado de maneiras criativas. Hackers IKEA é uma comunidade online de pessoas que tiveram produtos IKEA e os adaptou misturando com outros produtos para criarem coisas novas.
A comunidade é um mundo de aplicações criativas e pode ser uma janela para novas ideias de produtos ou adaptações de produtos já existentes.
#5. Microsoft Kinect
No momento em que o sistema Kinect da Microsoft chegou ao mercado, as pessoas começaram a desmontá-lo e adaptá-lo a novos usos.
Clientes projetaram um camarim virtual, outdoors interativos e robôs especialmente conscientes.
A tecnlogogia do Kinect tornou-se o conjunto de ferramentas utilizadas para criar inovações de consumidores. E a Microsoft tem abraçado esse movimento, criando um programa de aceleração para startups.
A genialidade desse sistema é que a Microsoft armou seus consumidores com blocos de construção e criou uma infraestrutura para descobrir novas aplicações.
O que isso tudo significa para as marcas?
Algumas marcas – e suas equipes jurídicas – naturalmente lutam contra essas comunidades. Marcas deveriam defender a decisão de cultivar e incentivar seus clientes mais criativos.
Por que? Porque as pessoas mais inteligentes muitas vezes estão do lado de fora da empresa e, cultivando as comunidades, as marcas podem acelerar o ritmo da inovação, reduzir os riscos e investimentos em ideias desnecessárias.
Equipes de inovação precisam pensar qual é o próximo produto e começar a pensar sobre eles podem criar produtos mais abertos que podem ser adaptados e aperfeiçoados ao longo do tempo.
Finalmente, as empresas precisam abraçar as ideias de clientes para criar afinidade com a marca e conteúdo autêntico.
Cada ideia reinventada de um produto conta uma história. As pessoas vão amar ainda mais as marcas quando elas forem ainda mais abertas e transparentes.
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Este artigo foi adaptado do original: “Steve Jobs Had It Wrong: Why You Should Look To Consumers For Product Innovation”, da FastCompany.