De todas as formas de expressão, talvez a mais complicada seja a escrita. Isso porque nem sempre o que o autor escreve é o que o leitor entende. É a tal da interpretação de texto. Me lembro que, na época da escola, ouvi uma entrevista com um escritor bastante citado em vestibulares, que foi desafiado a responder algumas questões sobre sua obra em uma destas provas. Coisas do tipo “o que o autor quis dizer com…”. Errou todas. Parece absurdo, mas não é: ele sabia o que queria dizer com suas palavras, mas alguém interpretou aquilo de maneira diferente e pronto, virou verdade universal – pelo menos para responder as tais questões.
Quando se trabalha escrevendo textos, corre-se o risco constante de ser mal-interpretado. Porque, apesar de você, autor, entender o que está dizendo/escrevendo, o que o leitor vai entender depende de inúmeras variáveis – referências, experiências, maturidade, crenças e por aí vai. E tem também a urgência, característica marcante dessa nossa época. Todo mundo precisa saber de tudo antes, o mais rápido possível, mesmo que superficialmente, e emitir uma opinião – ainda que equivocada.
Tudo isso torna a vida de qualquer produtor de conteúdo escrito complicada, mas tem mais: como é que hoje, com tantas opções, um redator consegue chamar a atenção do público para sua mensagem? No caso dos redatores publicitários, as dicas reunidas pelo Tumblr Hello You Creatives podem ser bem úteis. A partir dos cartazes que moradores de rua usam para pedir dinheiro, é possível aprender um pouco sobre copywriting com quem depende disso para sobreviver. Literalmente.
As orientações incluem ser honesto, usar a imaginação, ser direto e até mesmo engraçado. Bom, ainda bem que este não é um texto publicitário.
Ah, e se você pensa que nada disso funciona, talvez você não se lembre de Ted Williams, um morador de rua que se tornou hit no YouTube depois de chamar a atenção com um cartaz que aguçava a curiosidade das pessoas sobre seu “dom divino”. Hoje, ele continua trabalhando como locutor da Kraft, saiu das ruas e, apesar das recaídas, tem conseguido levar uma vida digna.
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Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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