Nesta semana, terei de ministrar uma palestra sobre a Geração Y e as Corporações do Futuro. Geração Y e futuro são dois temas profundamente ligados, ainda. Mas a Geração Y começa a descobrir algo novo. Eles chegaram como a promessa de um futuro diferente, novo e com valores relevantes. Chegaram em um país com uma economia pulsante, em um mundo globalizado e com tecnologias que, praticamente, baniram da terra a idéia de impossível.
Mas este futuro começa a se mostrar e traz a consciência de algo, no mínimo, frustrante, por vezes enervante: o futuro é uma surpresa. Impossível prevê-lo? Sim.
A realidade é que quando falamos que uma geração é o futuro, quer dizer que ela está mais à vontade com o que surge de novo no presente. O futuro, porém, é desconhecido para eles, tanto quanto para os demais. Cada geração, em cada momento, consegue ver, do seu ponto de vista e com o seu repertório, um pequeno pedaço do futuro. Ninguém consegue vê-lo em sua totalidade. Nem mesmo as cartomantes, adivinhos, mediuns e afins. Estes também conseguem acessar fragmentos do que virá.
O Japão e o mundo tentam, agora, lidar com uma surpresa de magnitude alarmante. Tecnologia, ciência e conhecimento não puderam prever o que estava por acontecer. Mas a imprevisibilidade é parte fundamental para qualquer um que queira lidar com o futuro. Haverá sempre um pedaço do futuro que não foi previsto, ou que, por pura teimosia ou destino, desviará completamente do que nosso plano havia determinado.
A Geração Y começa a ver que nem todos seus planos se realizaram, nem todas suas ideias se concretizaram e que nem todos estão conseguindo se destacar como a principal promessa do futuro do planeta. Começam a colocar a prova, não mais apenas sua criatividade para ter ideias inovadoras, sua capacidade de gerar uma informação em seu quarto e divulgá-la para centenas de milhares de pessoas em poucas horas, mas também a sua capacidade de lidar com aquilo que está acontecendo de maneira diversa ao que a sua visao de futuro gostaria.
A Geração Y cresceu rápido como o jovem promissor que impressinou os executivos de cabelos brancos. Foram convidados a sentar em cadeiras grandes e de couro. Agora o tempo está passando e estes velhos executivos estão olhando pra eles e dizendo: E ai?
Rápido, não? Pois é. Tudo é muito rápido e logo mais eles sentirão também em seus calcanhares o chegar de uma nova geração sobre a qual todos falarão e farão palestras.
Por fim, o que chega agora é um período fascinate para estes jovens Y. É hora da Geração Y amadurecer e começar a se preparar para ser, em alguns anos, não mais o jovem empolgado, mas também o líder inspirador, que terá de receber os jovens que chegarão com suas críticas, demandas e desafios.
Marcio Svartman é consultor, publicitário, mestre em psicologia, palestrante, fuçador e questionador. É diretor da Elos Comunicação, um dos idealizadores da SatyaWork Desenvolvimento Organizacional e autor do livro “Você pra mim é problema seu”. Ele twitta aqui.