Hoje todo mundo tem uma startup e fatura $ 1 milhão. Muitos dizem que estamos em meio a uma nova bolha no mercado. Sinceramente? Não duvido nada. Felizmente em meio a essa avalanche de novas empresas, o Brasil está conseguindo se destacar. Startups que já nasceram globais e com excelentes modelos de negócio estão fazendo do país um pólo de empreendedorismo e foco de Venture Capitals de várias partes do mundo.
Mas antes de aparecer e realmente conseguir lapidar sua imagem no mercado, as startups precisam “arrumar a casa”, cuidando dos seus processos internos e da relação dentro do escritório – ou seja, precisam lapidar sua cultura. Mesmo porque, se elas não fizerem isso no começo, é quase impossível mudar processos internos já estabelecidos. Abaixo compartilho com vocês algumas práticas que podem ser aplicadas a qualquer startup para moldar sua cultura.
Cultura não é imposta
Você acorda em um dia e fala: “de agora em diante, vamos ser uma empresa horizontal”. Esqueça, isso não vai funcionar! Não tem como você impor uma cultura do nada. A cultura de uma startup é moldada pelos ritos diários e eles acontecem de acordo com as ações do CEO e dos diretores – ou seja, de cima para baixo. Se os diretores são pessoas abertas e acessíveis, a startup terá uma cultura de interação entre as áreas e níveis hierárquicos.
Nunca se esqueça de onde veio
Muitos empreendedores engessam e burocratizam suas startups quando começam a crescer porque passam a sofrer da “Síndrome do Pequeno Poder”, se isolando e criando cargos e níveis hierárquicos desnecessariamente. Dessa forma, eles matam exatamente o que fez a empresa crescer, competir com os grandes e chegar àquele momento: agilidade. Lembre-se que ser uma startup está muito mais no estado de espírito do que no tamanho ou segmento que está atuando.
Power to the Edges
Dar poder para a tropa de frente é uma das táticas que fez do exército americano um dos mais respeitados do mundo. Imagine se os soldados tivessem que ligar para o Pentágono toda vez que se deparassem com uma situação inusitada? Quando as pessoas que estão na linha de frente da sua empresa têm autonomia e responsabilidade de agir, as oportunidades não são perdidas. E isso contribui muito para a inovação. Uma interessante prática de gestão adotada pela Apple é o DRIs (Directly Responsible Individual), em que cada funcionário é o responsável direto por uma atividade ou processo, independente de ser estagiário ou diretor. Quando as pessoas têm metas definidas, se sentem parte da empresa e fazem de tudo para alcançá-la.
Feedbacks
Acompanhar as atividades de quem trabalha na startup é dever do empreendedor e por isso é essencial dar feedback, passar para os funcionários se eles estão mandando bem ou mal. Se reuniões de avaliação de desempenho podem parecer burocráticas demais, um simples bate papo pode resolver. Quando as expectativas são alinhadas, o funcionário sabe qual caminho percorrer para atingir o que é esperado dele. Se você é o empreendedor, vai ver como é isso é produtivo; se for funcionário, vai falar que tem coisa melhor do que ouvir “mandou bem demais” do seu chefe?
Comemore pequenas vitórias
Muitos dizem que relógio de startup gira 2 vezes mais rápido e que às vezes o ambiente interno é carregado por pressão por resultados e entregas. Você é novo e inexperiente e ainda está conquistando reputação, clientes e mercado? Comemore! Parar um pouco o stress diário e fazer uma pequena confraternização só tem a somar.
E você? O que acha que pode contribuir para moldar a cultura de uma startup?
Pedro Filizzola é Evangelista de Cultura da SambaTech