Apenas um dia de paralisações nas estradas de Minas Gerais pode trazer impactos negativos para as indústrias do estado, diz o economista da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Paulo Casaca. A entidade ainda não fez um levantamento quantitativo do resultado do protestos durante o Dia Nacional de Luta para as empresas do estado, mas o economista afirma que a atividade econômica certamente será afetada.
“É evidente que esse movimento acaba gerando um impacto negativo na atividade econômica. A partir do momento que empresas são obrigadas a fechar as portas por causa da manifestação, isso acaba gerando um impacto negativo na produção”, ressalta Casaca. Ele lembra que o impacto é maior especialmente nas indústrias que trabalham com sistemas de produção de 24 horas, nos quais não há intervalo na fabricação de produtos. “São 24 horas perdidas.”
Para o economista, até mesmo as manifestações que ocorrem no centro das cidades, que atingem principalmente os setores de comércio e serviços, acabam afetando as indústrias porque muitos produtos são escoados para venda nesses segmentos. “Tem o impacto direto no setor produtivo, porque o trabalhador não vai trabalhar, muitas fábricas fecham no dia das manifestações, e também tem o impacto indireto, que é quando o setor de comércio e serviços fecha e acaba vendendo menos produtos industriais, o que acaba diminuindo a demanda da indústria”, explica Casaca.
No Rio Grande do Sul, estado onde foram registradas mais vias bloqueadas, a Federação das Indústrias (Fiergs) ainda não avaliou os impactos do movimento. A entidade divulgou nota ontem (10), na qual aponta que o direito de greve não pode interferir na liberdade dos trabalhadores.
“Os serviços essenciais devem ser mantidos, como saúde e transporte. Uma greve localizada no transporte coletivo, por exemplo, certamente provocará a paralisação forçada, na qual a adesão será apenas estatística, muito mais pelo impedimento de locomoção do que por eventual sintonia com as reivindicações”, diz o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, no comunicado da entidade.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não fez uma avaliação sobre o impacto dos movimentos de hoje no setor.
Informações Agência Brasil