O Google Glass é um brinquedo de US$ 1.500 voltado para pessoas sem bom senso – então não é exatamente surpreendente que seus primeiros usuários tenham sido homens como Robert Scoble, que é praticamente um mascote antagonista da privacidade. Mas agora, mesmo o cara que uma vez postou imagens tomando banho com o dispositivo está deixando o barco.
Em um artigo recente da Forbes, Jeff Bercovici menciona a mudança de postura recente de Scoble, que ele compartilhou com seus 616.000 seguidores no Facebook:
Na noite passada, antes da apresentação do Skrillex durante o festival Coachella, dois caras estavam conversando perto de mim. Um deles disse “eu quero distância dos caras com Google Glass.”
Olhei ao redor e encontrei dois caras usando o Glass.
O Google enfrenta um problema aqui.
Não usei o meu durante o fim de semana.
O que acontece nesse mundo em que algumas pessoas andam com uma câmera nos olhos e todo mundo usa smartphone ou uma GoPro, mas só quem tem o Glass parece estranho e assustador?
O Google não soube lançar o produto direito, foi isso o que aconteceu.
Mas a tecnologia vestível precisa de um conjunto de habilidades diferente do que o Google pode oferecer. Sabe o que é? Empatia.
Talvez seja a primeira vez que este rapaz tenha se sentido envergonhado por causa do dispositivo que costuma usar. O golpe foi sentido por uma pessoa que vive em um campo profundo de distorção. E ele está certo: o Google não tem capacidade de entender emoções, inseguranças e nuances humanas em geral – e isso é o suficiente para afastar um grande fanboy da empresa. “Eu uso esporadicamente”, Scoble me disse sobre seu uso do Glass pós-Coachella. É uma mudança imensa para um early-adopter e grande entusiasta do dispositivo.
Então se um cara cujo trabalho é se empolgar com tecnologias estranhas e pouco populares decide que chegou ao seu limite, quando será que o resto dos usuários chegará à mesma conclusão?
Foto: Scoble/Google+