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Kátia Bello fala sobre descuido das lojas que constroem uma “puxadinho store”


Prática muito comum quando as fa­mílias são numerosas e menos favore­cidas economicamente, o “puxadinho” estica as habitações à medida que a fa­mília cresce. Para quem nunca viu um “puxadinho”, são pequenas constru­ções que vão sendo feitas num mesmo terreno, muitas vezes anexas à cons­trução principal, normalmente em eta­pas, constroem um quarto, mais tarde uma sala para colocar a mesa de jantar, depois quando é preciso crescem ou­tro tanto para outro lado e assim vão ocupando os espaços disponíveis.

A construção pode não ficar uma maravilha, mas pelo menos dá um teto com mais conforto a quem pre­cisa. Prática plenamente aceitável para quem não tem opção. Mas e quando se tem opção, por que o improviso de­sordenado se alastra? E quando o teto do “puxadinho” não é para morar, mas para abrigar uma loja?

Decidi escrever este artigo por­que recentemente fomos contratados para reformar uma “Puxadinho Store”, cuja expansão foi feita similarmente à descrição acima. Muitos podem estar pensando se tratar de uma pequena loja numa comunidade de baixa renda; então, deixem-me explicar que a loja em questão ocupa um terreno de 5 mil metros quadrados numa das avenidas principais de sua cidade.

Talvez agora que você, leitor, vi­sualizou o porte do empreendimen­to, adicionado à informação de que o mesmo faz parte de uma rede de lojas, fica mais fácil de entender que o problema não foi falta de recursos financeiros, pois o valor investido des­de a compra do terreno até a execução desordenada do edifício somam uma cifra considerável.

Nada mais óbvio do que dizer que é necessário planejar as lojas para que elas cumpram suas funções operacio­nais e encantem seus clientes. Na teo­ria todos sabemos disso, mas na práti­ca por que muitos não o fazem?

Minha convivência diária mostra que a pressão constante por resulta­dos imediatos que os dirigentes vare­jistas enfrentam acaba por incutir em suas mentes que têm que agir o tempo todo. Projetar uma loja por comple­to para só depois executar, gera uma certa agonia como se “nada estivesse sendo feito”. Então, alguns saem fa­zendo, puxando a construção, esti­cando gôndolas e remendando o que podem. O resultado é uma colcha de retalhos tortos, o que não é positivo para a imagem da loja e do empreen­dimento.

Alguns dirigentes também pensam estar economizando o valor do proje­to e não percebem que a ausência de um planejamento feito por pessoas não especializadas em varejo vai gerar um resultado deficitário proporcional­mente ao dinheiro investido, ou seja, projeto bom não é custo e sim investi­mento porque este dinheiro retornará à operação.

Sempre digo que precisamos pen­sar no todo para executar em partes. Temos que pensar o que a loja se pro­põe e o que fará o cliente escolher aquela loja específica e não qualquer outra da concorrência. Temos que enxergar que não se trata apenas de levantar paredes, cobrir com um teto e colocar algumas prateleiras que ser­virão para acondicionar os produtos. Há de se pensar que consertar o im­proviso será gastar duas vezes, ainda correndo o risco de não ficar bom.

Infelizmente é o que acontecerá com o nosso cliente da “Puxadinho Store” – ele terá que reinvestir para que possamos projetar uma cuidadosa reforma de sua loja. Dessa forma, não perderá mais clientes para a concor­rência e poderá continuar agregando valor aos shoppers que a privilegiam.

É preciso que as ações de hoje dei­xem a loja em condições para ter um crescimento sustentado nos próximos anos. Fica aqui uma reflexão para nós que dirigimos empresas: qual seria o custo do improviso em nossos balanços se pudéssemos apontar com exatidão os gastos não só com as readequações necessárias depois dos “puxadinhos”, mas também os prejuízos para a ope­ração e para a marca? Pense nisso cada vez que você achar que contratar um profissional especializado é caro e es­teja caindo na tentação de achar que pode “dar um jeitinho”!

Kátia Bello é arquiteta, especialista em comunicação estratégica de varejo e sócia-diretora da Opus [email protected]

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