Para a maioria dos sites que buscam se atualizar, há um debate interminável entre estética e experiência do usuário. Já para o New York Times, seu redesign tenta principalmente repensar como cada história é consumida, o que a liga estritamente ao seu significado e até mesmo a sua veracidade.
De cara nova, as histórias ganham scroll infinito e todos os elementos de interação – fotos, vídeos, infográficos – não se escondem mais em miniaturas no canto da página. Agora, todas as mídias são embedadas diretamente no corpo do texto.
As páginas ganham respiro e bastante espaço em branco, sumindo com muitos dos links que ficavam ao redor. Antes, era regra para os grandes portais darem ao leitor o número máximo de links em uma página, para clicarmos infinitamente. Hoje, os usuários estão acostumados às experiências mais suaves, limpas e intuitivas, principalmente depois da ascensão do mobile.
Uma das maiores mudanças, além da simplicidade, está nos comentários. Antes sempre posicionados ao final de cada artigo, agora estão mais próximos do autor, ocupando o mesmo peso e espaço. Assim, a voz dos usuários ganha importância de discurso e a conversa ao redor dos artigos dão continuidade ao tema.
Já a divisão do conteúdo em categorias continua sendo aplicada, mesmo com algoritmos podendo propiciar uma navegação mais personalizada e natural, como temos visto acontecer quando falamos startups de conteúdo.
Essa opção de busca e seções tradicionais mantém certa tradição do jornal, que prega por transparência e abertura a todos os fatos. A interação e personalização acontece na marcação de favoritos e na barra de navegação das categorias, tornando-a mais próxima do usuário, sem a necessidade de usar algoritmos para prever o interesse de cada um.
As mudanças indicam a necessidade do NYT de mudar para preservar sua perspectiva editorial confiável em um mundo que muda a todo instante.
Para o jornal, tendo você um iPhone, um Adroid, um laptop ou web app, o importante é que a publicação seja a mesma, confiável e que propicie uma experiência que permita engajar os leitores. Aqui, o layout não é mais uma discussão sobre uma página na tela, e sim sobre a informação.
Por enquanto, o redesign do NYT é um protótipo em beta aberto a alguns usuários que pedirem acesso através deste site.
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Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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