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O Brasil como maior gerador de riqueza e/ou atrator de dinheiro estrangeiro?



bcd por um mercado realmente inovadorDuas matérias internacionais recentes me fizeram lembrar do Mestre Oogway, em “Kung-Fu Panda”: não ná boas ou más notícias, apenas notícias.  Mesmo sem ser um mestre da filosofia ou das artes marciais, consigo isolar meu lado latino, meu lado entusiasta e meu lado tolo para procurar me manter frio, analítico, calculista e neutro perante toda propaganda brasileira que vem sendo feita.

Da mesma forma que autores de outros artigos que comentei aqui anteriormente, acredito que tanto a propaganda quanto a realidade tem prós e contras. Vejamos agora mais pontos.

Escreveram no New York Times que estrangeiros seguem o dinheiro até o Brasil que está bombando, onde um Martini custa 35 dólares. Na matéria, há o exemplo de uma norte-americana que veio para cá por causa de um bom emprego. Não tenho problema com isso, até acredito que a abertura favorece a competitividade e o aumento do nível de qualidade, decorrentes do intercâmbio de experiências. Entretanto, sabemos que os Estados Unidos estão vivendo um apagão de empregos, enquanto o Brasil não está com tanta dificuldade (quanto anos atrás) de empregar seu povo, ao mesmo tempo em que mais de 2 mil brasileiros (a “Diáspora Brasileira”, segundo a ABDI) ocupam altos cargos em empresas e instituições acadêmicas nos Estados Unidos (a exemplo do revolucionário neuroengenheiro Miguel Nicolelis). Deixa eu falar de outra matéria antes de explicar a pulga atrás da minha orelha.

Na rede Associated Content (propriedade do Yahoo! que concorre com o Huffington Post, da AOL – que também detém o TechCrunch), uma analista econômica escreveu que o Brasil é o destino global do capital empreendedor (venture capital).

Atrás da orelha

A pulga é um inseto parasita externo que se alimenta do sangue de aves e mamíferos – que, me permitam acrescentar, estão em fase de desenvolvimento, da mesma forma que o mercado brasileiro. Vampiros também se alimentam do sangue dos outros. Mas, é claro, tudo isso não serve como metáfora quando os estrangeiros trazem dinheiro para dar condições de iniciarmos, estabelecermos ou aumentarmos nossas startups e empresas. Nesse caso, há uma mutualidade de interesses. E, claro, venho encontrando diversos investidores estrangeiros que não lembram em nada uma pulga – muito pelo contrário, boa parte é realmente dedicada e até poderia chamar de altruísta quando realmente investem. Mas sabemos que eles não viriam se não acreditassem que poderiam ganhar dinheiro com isso.

Neste caso, eles são é visionários, corajosos, decididos, inovadores e “de verdade”: pagam pra ver, vão pra arena ajudar a fazer acontecer. Alguns investidores brasileiros também fazem isso, inclusive em empresas em estágio inicial (early stage) ou ainda bem startup mesmo. São poucos, mas existem. A maioria dos grandes investidores só que apostar em grana grande e certa e, até mesmo brasileiros comuns que investem na bolsa em ações de locomotivas como a Magazine Luiza acabam financiando a exploração do mais fraco pelo mais forte – e sabemos que exploração é apenas refinar um modelo comprovado e esgotar a fonte. Ou seja, é uma postura extrativista. Entendam que a tônica é diferente de um negócio social, em que o impacto social vem em primeiro lugar, não camuflado com juros anuais de mais de 100% alavancados com dinheiro público (BNDES) e do público (via IPO).

Imagine a cena:

  • brasileiros top saindo do Brasil;
  • investidores brasileiros não auxiliando novos negócios inovadores, experimentais, diferenciados, não comprovados e “do bem”;
  • nossa sociedade continua gerando, além de oportunidade e riqueza, também dificuldade e pobreza;
  • brasileiros “investindo” (no sentido de “dar uma investida”) em vender coisas para nossa “nova classe média” ao invés de ajudar a construir um Brasil de verdade que corrija e ultrapasse seus “golpes de sorte e jogos de azar dos outros”;
  • estrangeiros entrando aqui para “investir” em vender coisas para nossa “nova classe média” ao invés de ajudar a construir um Brasil de verdade que corrija e ultrapasse seus “golpes de sorte e jogos de azar dos outros”;
  • estrangeiros entrando aqui em busca de emprego.

Se tudo acontecer assim, então realmente gostamos, em alguma medida, da lógica parasitária – e as pulgas vão pular para outra fonte. São os próprios americanos, como na matéria do NYTimes, que ficam se perguntando quando essa farra vai acabar. E para ficar claro que não sou pessimista ou do contra (meu trabalho aqui prova o contrário), reforço que só enfoco esses ângulos aqui com a finalidade de mostrar que outros lá fora já estão se questionando sobre o auê que alguns ficam amplificando gratuitamente (o que é superficial, raso, pobre) sobre oportunidades brasileiras. E corremos o sério risco de entornar o caldo (pois auê é o que faz uma bolha, que acaba explodindo) e entrarmos na excessão do Mestre Oogway, que comenta sobre a volta do destruidor Tai Lung: “ok, esta é uma má notícia”.

Vejam como seria uma cena que eu imagino como saudável e sustentável:

  • brasileiros top ficando no Brasil – ouvindo inclusive o conselho do hypado Dave McClure (“fiquem no Brasil e aprendam a atuar  neste mercado que daí estaremos de olho e prontos para ajudar”);
  • investidores brasileiros auxiliando novos negócios inovadores, experimentais, diferenciados, não comprovados e “do bem” (pois de nada adianta usar a inovação para repetir uma economia que gera escassez artificial);
  • uma sociedade que se dedique a elevar o nível geral – pois sabemos que “o comboio segue o ritmo do mais lento” e todos, até os “vencedores”, sofrem quando se “nivela por baixo”
  • estrangeiros entrando aqui porque acreditam que, por as coisas ainda estarem “em desenvolvimento” e ter muito o que fazer ao mesmo tempo, seja oportunidade de abrir perspectivas para um lugar onde as pessoas possam viver sem os problemas gerados nas economias viciadas e machucadas (às vezes parece que queremos copiar e ter o mesmo destino falimentar, para talvez depois ir explorar a África novamente).

E acreditem: startups enquanto experimentos econômicos com novos modelos de negócios tem uma lógica de inovação muito diferente do tipo de inovação corporativa que apenas refina modelos comprovados (baseadas em compliance, track record, planejamento, orçamento, maximização).

Agora concorde ou discorde ou comente ou sugira ou corrija ou espalhe ou trole.

E talvez releia:

Let’s raise the game, let’s level up 😉

bcd KZpxaaVA

Via RSS de startupi

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