Buracos em ruas e estradas causam prejuízos para motoristas em todas as partes do mundo, mas como eles surgem? E como é feita a manutenção e reparo das ruas?
Como surgem os buracos nas estradas?
No geral, as ruas e estradas pelo mundo são simples – é basicamente uma laje de concreto ou uma camada de asfalto sobre cascalho, terra compacta ou outro substrato.
Concreto normalmente é usado em auto-estradas e viadutos, já que eles podem facilmente ser transformados em lajes e unidos. Asfalto, por outro lado, é frequentemente usado para trechos longos e estrada no nível do solo. Esse material usa betume, ao invés do cimento do concreto, para juntar a areia e a brita. Ele também exige uma camada de selante para evitar a intrusão da água.
Os buracos, para serem formados, precisam que dois elementos ocorram simultaneamente: água e tráfego. A intrusão da água no asfalto, normalmente devido a uma vedação incorreta, inicialmente penetra no substrato logo abaixo, afrouxando o solo subjacente. Combinado com a passagem quase constante de pneus de veículos na superfície – especialmente aquelas rodas gigantescas de caminhões de carga – o solo liquefeito logo começa a ser corroído. Sem essa base sólida de solo para suportar, a camada de asfalto perde muito da sua integridade estrutural conforme incontáveis veículos passam por cima dela.
Em áreas onde o clima pode chegar a temperaturas extremamente geladas, o problema é ainda maior. Água, neve e gelo inundam as ruas, que então congelam e se expandem no inverno. Isso é o suficiente para criar rachaduras na pavimentação e, quando o tempo aquece novamente, faz com que os substratos subjacentes se corroam. É por isso que, durante tempestades pesadas de inverno, a chance de buracos surgirem nas ruas é muito maior.
É possível perceber quando os buracos começam a se formar ao procurar algumas rachaduras que lembram um pouco as costas de crocodilos. Essas rachaduras vão crescer em costuras mais profundas, permitindo que pedaços individuais da pista se movam uns contra os outros como pequenas placas tectônicas – até que o pneu de um carro passe por cima e inicie a formação de um buraco maior. Felizmente, esses buracos não costumam ser muito profundos, apesar de em alguns casos chegarem a ter alguns metros de largura. De qualquer forma, eles sempre podem prejudicar a suspensão do carro de motoristas pouco atentos à estrada.
Como consertar os buracos
A manutenção depende de onde está a rua. Estradas federais são de responsabilidade do governo federal, enquanto estaduais, obviamente, são dos estados, e as ruas das nossas cidades ficam por conta das prefeituras. Algumas rodovias são mantidas pelo setor privado por meio de concessões – neste caso, cabe às empresas que fazem parte da concessionária cuidar da manutenção das pistas.
Vamos dizer que um buraco desagradável surgiu em uma rodovia, mas o tempo não é favorável. Neste caso, as equipes de manutenção de estradas podem aplicar uma correção temporária ao asfalto até que possam voltar com uma solução duradoura – os reparos semi-permanentes. Esses reparos são mais complexos e exigem que a equipe reconstrua a borda do buraco, bem como o substrato logo abaixo dele, antes de derramar asfalto quente na pista.
Existem diversas formas de realizar esses reparos. O mais rápido e menos seguro é o “jogue e role”, no qual um remendo temporário é feito ao jogar asfalto frio no buraco, e então rolo-compressor une o asfalto ao passar por cima dele. Esse método é adequado como uma correção de emergência, já que diversas aplicações desses remendos por custar até cinco vezes mais do que um remendo semi-permanente custaria.
Uma alternativa ao semi-permanente é a injeção de spray, que se torna cada vez mais comum nos EUA por ser econômica em relação a outros métodos. Em vez de enviar uma equipe inteira para o local do buraco, apenas uma pessoa joga uma mistura de asfalto quente. Um único motorista com um caminhão especializado podem dar conta do recado. [Wiki – Virginia DoT (pdf) – Michigan DoT – Illinois DoT]
Imagem de topo: keantian
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