O Apple Watch é uma peça de hardware tentadora para muitas pessoas. Depois de muitos rumores e de uma longa espera, você finalmente pode comprá-lo e colocá-lo no pulso. Mas eu estou aqui para jogar um balde de água fria na cabeça dos entusiastas: quase ninguém deveria comprar o smartwatch da Apple.
A apresentação do Apple Watch, que aconteceu ontem, foi o exemplo de um espetáculo vazio: um grande show feito por uma empresa que não tinha — naquele momento — nada a dizer. Vamos ser realistas: o Apple Watch não passa nem perto de ser impressionante, principalmente quando você compara a realidade com os rumores que sondavam o lançamento, que faziam parecer que o Apple Watch seria o smartwatch que finalmente tornaria esse tipo de gadget indispensável para o dia a dia. É possível que um dia os smartwatches se tornem realmente úteis, mas essa primeira versão do relógio da Apple ainda está bem longe disso.
>>> Apple Watch tem 18h de autonomia e custa de US$ 349 a US$ 10.000
>>> [Hands-on] Apple Watch – Só o tempo dirá se o smartwatch é uma boa pedida
Como fãs de tecnologia, temos uma tendência a pensar nos gadgets de sucesso como os produtos com polimento que eles se tornam depois que já tiveram modelos e versões suficientes para serem lapidados. Tendemos a esquecer que as primeiras versões dos produtos costumam ser bem ruins.
Vamos considerar alguns exemplos do passado da Apple:
Lançado em 2007, o iPhone original era uma revolução incompleta. Não tinha 3G ou uma câmera frontal. Não tinha GPS ou giroscópio. Caramba, não tinha nem mesmo a App Store!
O iPad original, de 2010 não tinha câmera nenhuma — elas só apareceram no iPad 2. Sem Skype com a vovó e sem FaceTime do topo do Empire State Building. Ainda pior: o iPad 1 não era multitarefa a princípio, e não era nada divertido ter que abrir um aplicativo do zero toda vez que se quisesse usá-lo. Quando o iPad original recebeu as funções multitarefa com uma atualização do iOS, a performance do tablet diminuiu de forma grotesca.
O iPod Touch Original não possuía funções chave como conexão Bluetooth e não teve câmera até 2012.
Hoje, o MacBook Air é consagrado como uma máquina poderosa e pequena, vendida à preços acessíveis — fora do Brasil. Mas este nem sempre foi o caso. O compacto computador de design simples era impressionante do lado de fora, mas ele só se tornou realmente potente depois que a Apple substituiu o processador Intel Core Duo pelos Intel Core i5. De qualquer forma, era possível obter boa performance de alguns modelos iniciais do Air, mas o preço deles era próximo aos $2.000.
Então espere!
Se você tem planos de comprar um Apple Watch, repense. Mesmo que as versões futuras eventualmente ofereçam funções únicas e valiosas, que sejam realmente úteis e que consigam ir além de alternativas como o Pebble, a primeira geração nunca chegará lá. Se você esperar um ano até a segunda versão, é certeza que ela será muito melhor de diversas maneiras.
Para algumas pessoas, só o prazer de ser o primeiro a ter o gadget do momento é suficiente. Eles pagarão o que for preciso para serem os primeiros da fila e espero que tenham dinheiro sobrando, porque eles certamente estarão comprando o mesmo produto ano que vem. Ou vão ficar roxos de raiva.
Mas a apresentação de ontem não se resumiu ao Apple Watch: veja quais foram os outros lançamentos
>>> Apple diminui preço da Apple TV e anuncia parceria exclusiva com a HBO norte-americana
>>> ResearchKit é a mais nova iniciativa da Apple para que você ajude em pesquisas médicas
>>> Como é feito o ouro de 18 quilates da Apple que promete mais resistência que o ouro comum
>>> Macbook de 12” tem tela de retina, dispensa ventoinha e pesa apenas 900 gramas
>>> [Hands-on] Macbook de 12”: um laptop finíssimo, leve e estranho
O post Por que você não deve comprar um Apple Watch tão cedo apareceu primeiro em Gizmodo Brasil.