Desde o nascimento procuramos entender o mundo que nos cerca de alguma forma e conforme crescemos admitimos como certos, determinadas maneiras de viver. Falamos uma determinada língua, nos comportamos de determinada forma em determinas situações e escolhemos determinadas necessidades para satisfazer. Se programamos da maneira correta o nosso cérebro, é certo que não teremos problemas em viver e conviver com as outras pessoas e tampouco em criar e administrar negócios. No entanto, nós já sabemos que não é bem isso que acontece. De alguma forma gravamos “modos de vida” no nosso cérebro que são difíceis de aniquilar e sofremos enquanto vivemos tentando satisfazer esses pensamentos padronizados. Como se livrar disso? Basta não confiar mais no que se pensa, mas isto não é tão simples assim… Então, vamos raciocinar.
Seu modo de “pensar” sobre si mesmo
Tudo na natureza existe porque um dia se transformou para economizar energia. Uma planta cresce da forma que cresce para aproveitar melhor a sua energia e a energia que absorve do sol. O planeta se modificou para a forma que conhecemos hoje para aproveitar melhor a sua energia. E nós somos do jeito que somos hoje para economizar energia. Por isso mesmo, o nosso cérebro constrói desde o momento em que nascemos “sinapses” (ligação de ideias) que configuram um padrão de pensamento. Se para respirar eu preciso fazer este e aquele movimento e isso dá certo, então, vou armazenar essa informação aqui para nunca mais precisar pensar sobre isso. Se para andar eu tenho que mover as minhas pernas e tronco desta e daquela forma, também vou armazenar isto no cérebro para nunca mais ter que gastar energia pensando nisso. Mas e agora que eu estou querendo empreender e não sei por onde começar? O que fazer? “Nada” – diz o cérebro. “É melhor ficar vivendo da forma como estamos vivendo hoje do que tentar algo que pode bagunçar totalmente a programação que construímos ao longo de todos esses anos.” Humm… interessante.
“Uma vez nós tivemos uma experiência não muito boa com pessoas que vestiam azul e falavam da maneira que esta pessoa está falando. É melhor não termos contato com ela porque provavelmente teremos o mesmo problema.”
Seu modo de “pensar” sobre os outros
Assim como o cérebro guarda informações sobre nós, nosso comportamento e hábitos, ele também armazena informações sobre o mundo. Todo esse conhecimento armazenado funciona em conjunto para diminuir o nosso gasto de energia e nos fazer viver melhor. Entretanto, alguns “inputs” dados pelo mundo causam traumas na gente. São coisas que aconteceram no passado e que não queremos que se repita novamente. E para quem empreende e precisa de novas experiências, nosso cérebro é um terrível inimigo das novas oportunidades. São mãos que não queremos apertar, pessoas que não queremos falar e ideias de negócios que não queremos tirar da papel. É preciso ter cuidado e repensar tudo aquilo que pensamos se quisermos pensar como empreendedores.
“Esses caras são um loucos!”
“Veja só o que esse cara fez.”
“Curso de tipografia em vez de ir pra faculdade!”
“Os computadores nunca serão um objeto de consumo pessoal”
“O software livre está fadado ao fracasso. Não tem como isso funcionar.”
Empreendedores… uns malucos
Quando pedi demissão do meu último emprego, há seis anos atrás, para começar a empreender sem um só cliente para prospectar, confesso que eu também me achei um cara maluco, mas se tem uma coisa que aprendi durante o tempo que pratico o empreendedorismo é que se você quer uma coisa, você é capaz de conseguir. Se você sai de casa todo dia de madrugada para entrar em um transporte coletivo lotado e passar o dia no escritório trabalhando em algo que você não gosta para voltar para casa tarde da noite, é isso que você vai conseguir. Você vai conseguir passar tantos anos quanto a sua saúde te permitir fazendo aquilo que você não gosta para ganhar um dinheiro que não paga as suas despesas. Ao mesmo tempo, se você trabalha todos os dias, incluindo sábado e domingo, para conquistar a sua liberdade como empreendedor é isto exatamente que você irá conseguir.
Desconfie de tudo aquilo que você pensa sempre. Isso é sério. Se você está pensando agora que isso é mentira, desconfie disso. Faço essa sugestão porque é a desconfiança sobre aquilo que você sabe sobre você e sobre o mundo que te impulsionará para a ação. Se você não desconfiar e passar a admitir, você vai continuar sempre no mesmo lugar. Quando eu penso “será que dá” eu vou lá e testo, sempre. Só depois do teste é que eu posso dizer que isso ou aquilo não funciona. Se você não desconfiar de você, você não vai se relacionar com determinadas pessoas por puro preconceito, assim como também não irá executar determinados negócios porque acha que eles podem não dar certo. Enquanto muitas pessoas ficam pensando na próxima desculpa que vão dar, alguns empreendedores estão pensando em uma estratégia para concretizar os seus sonhos. Pense nisso.
Para finalizar, recomendo para você o vídeo abaixo do maluco Flávio Augusto, que nasceu em uma família de classe média baixa no subúrbio do Rio de Janeiro, foi educado na rede pública de ensino, tentou três vezes o concurso para estudar no Colégio Naval, passou, mas depois de formado abandonou tudo para vender cursinho de inglês ganhando somente comissão. Fique com a “aula” e torne-se maluco você também. É só isso que posso falar.