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Start-Up Brasil= quando o país experimenta inovar em escala?


f Screen Shot    at    AMMuita gente está emitindo suas opiniões sobre a iniciativa Start-Up Brasil, promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Eu mesmo já sondava nossos leitores antes mesmo de anunciarem a iniciativa como parte do programa TI Maior.Tem gente contra, tem gente a favor, e entre ambos ainda tem muita gente que não entendeu.

É bastante normal ter opiniões quanto a isso, considerando que 1) é dinheiro público, 2) é um agente que não costuma ser identificado com startups, 3) já saiu o edital para seleção de aceleradoras (veja abaixo) mas somente em março de 2013 vão publicar o edital para startups, e é isso que vai impactar de fato o quanto o programa vai ser bom para as startups.

Eu não sou o nosso amigo Felipe Matos, do Startup Farm (que vai ser COO do Start-Up Brasil), pois tenho participação apenas no mercado e no ecossistema, não no programa. Mesmo assim, elaborei aqui alguns pensamentos para ele, para os empreendedores e para quem se importa, divididos em três partes: o momento, o contexto e a oportunidade.

Veja o edital para seleção de empresas aceleradoras:

O momento

Acompanhamos o mercado de startups no Brasil diretamente desde 2008 e em 2012 começamos a ver a chamada “redundância”, que acontece quando temos diversos agentes fazendo várias coisas parecidas. Aceleração, mentoria, pitching, networking, investimentos, oficinas, ferramentas, competições, agrupamentos (e, obviamente, startups e empreendedores) multiplicam-se pelo Brasil, a turma startup vem ganhando massa crítica. Isso não é exclusivo ao nosso país, existem dezenas de regiões empreendedoras e inovadoras ao redor do mundo, todas elas interligadas, com vínculos mais fortes ou mais fracos, a um único fluxo global de valor. Talentos, tecnologias e dinheiro misturam-se numa grande cloud global, uma nuvem de interesses e abordagens que não afeta apenas o que acontece na Internet. Claro que nem tudo está bom, mas estar errado faz parte da tese.

O governo não é conhecido como um gerador de inovação, não há surpresas que o Start-Up Brasil não tenha surgido antes. Ou, ao menos, antes do Start-Up Chile! De certa forma, é um certo sinal de maturidade ver que o programa brasileiro inicia dentro de um contexto institucional bem resolvido, que pode significar uma amarração, com muita coisa atrelada, mas pode significar relevância e aderência. Pense: não faz mais de um ano que temos condições de selecionar aceleradoras, no plural! O Yuri Gitahy começou a Aceleradora entre 2007 e 2008, mas quase todas que conhecemos hoje não existiram em 2011. Talvez, dentro da alta teoria startup, não haja problema em iniciar as coisas com força total ignorando o fato de serem precoces, mas dentro da alta realidade institucional, que já viu as complicações do Finep Prime , realmente não faria sentido ter pressa para lançar algo mal resolvido – e eu acho que o Start-Up Brasil está bem resolvido.

O contexto

O Ministro Raupp, titular da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil, não é o primeiro Ministro que eu vejo de perto. Portanto, não me impressionaria com o quanto os discursos dele parecem autênticos. Mas é notório que Raupp tenha grande experiência direta na área e só depois “entrou para a política”. Quinta-feira eu o vi chorar no evento de anúncio do edital de seleção de aceleradoras, por um simples motivo que vou resumir como: o Start-Up Brasil não é apenas uma forma de ajudar 40 ou 200 startups, é também uma forma de, na prática, e de forma integrada ao mercado, inclusive internacional, o governo exercite sua busca por valor agregado, aprenda com os empreendedores e aceleradores, coloque todas as entidades conselheiras do programa a verem de perto quanto é tenso e sublime botar no mercado, de forma ágil, um produto tecnológico, sem poderem se esquivar da responsabilidade que certamente virá. Como assim?

O Start-Up Brasil é uma das iniciativas dentro do Programa Estratégico de Software e Serviços em TI, batizado de TI Maior, que é um dos componentes da política Brasil Maior. O TI Maior não foi criado a partir do nada, mas serve para ajudar a executar a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (clique para ver como as TICs são consideradas um “setor portador de futuro”). E não é só isso. O TI Maior articula-se com outras políticas públicas já existentes, incluindo:

  • a Estratégia Nacional de Defesa (END),
  • o Plano de Aceleração do Crescimento 2 (PAC2),
  • o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE),
  • as ações do Programa Brasil Mais Saúde,
  • as medidas de incentivo do Plano Brasil Maior,
  • as diretrizes do Plano Agrícola e Pecuário (PAP),
  • bem como os Regimes Especiais, tais como o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL),
  • o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Indústria de Semicondutores e Displays (PADIS)
  • e de TV Digital (PATVD).

Se eu acho que tanta articulação garante sucesso? Não acho. Mas acredito numa outra coisa que Raupp falou: este esforço não é uma política de governo, ou seja, da equipe que está agora no poder, mas é uma política de Estado, e Estado significa República Federativa do Brasil, é algo que não muda nas eleições. Quando acrescentaram a letra I de Inovação para completar o MCT, foi porque estão olhando para o mercado, querem que o brasileiro crie (seja dono) e venda coisas com valor agregado, com vantagem competitiva. Sabe o que mais o ministro falou? Que o TI Maior não é um programa setorial, voltado para o mundo da TI, mas sim um programa estruturante, que dá suporte a outros setores. Perguntei para ele se isso significa que os aprendizados do Start-Up Brasil vão passar para outras indústrias, na forma de metodologias para inovar de forma ágil, e ele disse que sim.

Assista ao próprio ministro falando semana passada sobre isso durante 22 minutos.

Obviamente, além do ministro Raupp, o titular da Secretaria de Política de Informática, Virgilio de Almeida, e o gestor gestor governamental de Software e Serviços de TI, Rafael Moreira, tiveram e terão papel fundamental na condução de toda esta grande experiência (podem vê-los falar sobre o Start-Up Brasil nesta outra matéria).

A oportunidade

As empresas de base tecnológica (que são o alvo da iniciativa) e as de TI em geral (seja produção de software ou prestação de serviço) vão ser de fato (e quase que por obrigação) a “bola da vez”, vão servir como benchmark para outras indústrias. Se eu acho que isso vai mesmo acontecer? Vai depender, com certeza, de centenas ou milhares de profissionais em posições estratégicas dentro e fora do governo, em diversos setores. A gente fez tanta força para se mostrar importante que agora a gente virou o centro das atenções, capaz de receber benefícios e também exercer influência. O empreendedor inovador startupeiro que entrar neste programa vai ficar sob o microscópio, e como todo bom cientista sabe, essas observações servem para se produzir mais conhecimento – e conhecimento para quem observa, não exatamente para quem é observado.

Vejam o quanto isso tudo é especial, por ser oficial, declarado e colocado nas mãos de quem entende e faz: aceleradoras e empreendedores, intermediadas por um profissional de mercado que vai ser uma espécie de zelador, trabalhando tanto para as startups quanto para o governo (os brasileiros e suas normas). Tudo de bom ao Felipe, que também vai ter um board formado por uma série de entidades (clique para ver). Muita calma nesta hora de selecionar o joio do trigo, digo, usar os critérios para defender o impacto direto e indireto do programa tanto nas startups individualmente quanto em seu conjunto… e ainda para além do programa, para todo o mercado e Estado brasileiro!

Falando em efeitos no mercado, empresas grandes e influentes já estão se pautando pelo Start-Up Brasil, como é o caso da Microsoft, conforme ouvi em pessoa do Michel Levy (presidente da Microsoft Brasil) e do Franklin Madruga (diretor da Microsoft Participações), que estão tentando sincronizar o lançamento e o funcionamento de uma aceleradora, viabilizada pela companhia, em três regiões brasileiras. Não significa que esta aceleradora vai ser selecionada, nem que a Microsoft vai virar uma startup. Mas significa que o mercado entende a importância do esforço. Do lado dos investidores, vários (inclusive estrangeiros) já começaram a enviar sugestões ao Felipe.

Caramba! Dá vertigem imaginar. Talvez seja mais fácil pensar que é apenas uma bolsa de R$ 200 mil reais, mais serviços de apoio, para cada uma das 40 startups que forem selecionadas com apoio de 6 aceleradoras mais todo um board, um comitê, uma coordenação. E não, não faz mal que boa parte destas pessoas não entendam de startups nem de inovar, importa é que elas entendam de fazer Brasil, de articular e fazer Poder. Afinal, a startup vai andar sempre de acordo com o empreendedor (e como ele consegue oferecer algo ao mercado, para dali pegar valor). A diferença agora é que cada pequena conquista ou dificuldade da startup selecionada vai ressonar dentro de um grande balão de ensaio chamado Start-Up Brasil, e dali vai ecoar por vários órgãos e entidades. Isto é o que o mercado ganha. Ou seja, ainda vai depender do Felipe, das aceleradoras e dos empreendedores influenciarem esta camada institucional de forma correta, fazer bom uso da oportunidade.

Posso não estar vendo alguma coisa nisso tudo. Pode acontecer também de o programa pivotar, hein Felipe? Estaremos aí, servindo de beta testers não apenas das startups, ou do programa, mas de uma articulação que pode ser um início bem engrenado em direção a uma nova forma de se fazer Brasil, unindo o primeiro, o segundo e o terceiro setor em torno da inovação.

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