De Estadão PME
Ela recomeçou quando alguns já pensam em parar. Aos 50 anos, a designer Priscila Callegari, hoje com 55, decidiu fechar sua empresa de arquitetura promocional para se dedicar a uma paixão: sapatos. “Quando eu viajava, via modelos interessantes que não encontrava no Brasil”, conta.
Diante disso, matriculou-se em um curso de design de calçados. Dois anos depois, procurou o auxílio do Senai de São Paulo e do Sebrae de Franca para criar uma coleção original de sapatos.
Por meio de cursos e consultorias, percebeu que buscava criar algo moderno, com boa dose de criatividade e, ao mesmo tempo, com design. A solução foi criar sapatos customizados, um conceito novo mesmo fora do País.
Com tecidos variados, pingentes e tiras, Priscila criou acessórios que podem ser acoplados aos calçados, criando modelos novos a cada aplicação. Nascia assim, em 2008, a Ciao Mao.
A primeira loja foi aberta em Pinheiros, na cidade de São Paulo, com um investimento inicial de R$ 800 mil. Três anos depois, a empresa alcançou seu ponto de equilíbrio e já conta até com uma segunda loja. Das duas unidades saem cerca de 300 pares de sapatos por mês, que garantem um faturamento da ordem de R$ 2,4 milhões e que dobra a cada ano.
Veja quais foram os erros e acertos da história de Priscila:
Acertos: O grande acerto de Priscila foi inovar. Para isso, fez cursos e estudou o mercado antes de abrir o negócio. “Desenvolvi uma ideia tão bem amarrada que nunca pensei que pudesse dar errado”, explica. A inovação resultou em prêmios que deixaram a Ciao Mao em evidência. “Esse reconhecimento ajuda a dar credibilidade para a marca”, explica a empresária.
Erros: Apostar em apenas uma fábrica para produzir seus calçados trouxe prejuízos para Priscila. A primeira encomenda resultou em 350 pares de sapatos fora do formato adequado. Não teve jeito, precisou refazer o pedido para um novo fornecedor. Outro erro foi abrir a primeira loja em uma pequena vila. “No Brasil, escolher bem o ponto de venda é fundamental”, afirma.
Dica: A empresária alerta que sapatos precisam ser fabricados em grande escala para o custo não subir. E lembra que é preciso esforço e persistência para inovar, pois os fornecedores não querem assumir riscos, o que dificulta essa tarefa.”Se você acredita em uma ideia, estude e coloque a mão na massa. No início o caminho é longo, mas certamente é mais seguro”, diz.
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