Nós temos uma obsessão em sermos gênios precoces, mas a genialidade leva tempo para amadurecer
James Murphy, ex-vocalista da banda LCD Soundsystem cometeu o que chamou de maior erro da sua vida aos 21 anos, quando ele recusou um trabalho de escritor em uma série que estava prestes a ser lançada.
O nome do seriado era Seinfield.
Em vez disso, ele deu uma guinada trabalhando como segurança e depois como DJ, antes de finalmente lançar o primeiro álbum do LCD Soundsystem aos 35 anos.
Murphy poderia ser mais velho que alguns de seus pares de rock, mas sua experiência é bastante comum entre as pessoas que experimentam grandes avanços criativos, de acordo com um estudo da NBER.
Os autores examinaram os pontos altos das carreiras de ambos os grandes inventores e cientistas vencedores do Prêmio Nobel, e eles descobriram que, os traços de gênio só surgiram após os 30 anos.
Além do mais, as pessoas que se destacam em campos abstratos, como a arte ou a física, tendem a ser mais jovens do que aqueles que ganham prêmios em campos que exigem maior contexto, como a história ou medicina.
Outro estudo de 1977 constatou que os vencedores do Nobel de física tinham 36 anos, em média, quando tiveram seu trabalho premiado, enquanto os químicos tinham, aproximadamente 39 anos e, os médios 41.
Então, porque o final dos 30 anos? O fator óbvio é a educação: cientistas ficam na escola dos 5 aos 18 anos, e em seguida entre os 18 até os 30 estão recebendo seus diplomas acadêmicos.
Depois de alguns anos de aprendizado no trabalho, você sai um pouco da incerteza. Enquanto isso, as descobertas científicas tendem a ser menos comum na velhice, porque investimos menos em aprender à medida que envelhecemos.
Assim, nossas capacidades de absorção de conhecimento diminuem e, gradualmente nos tornamos menos relevantes.
Há evidências que, algumas gerações, no entanto não diminuem sua genialidade com a idade.
Os melhores poemas de William Carlos Williams foram escritos depois que ele completou os 50 anos. Os preços mais altos dos quadros de Paul Cézanne foram dados após a sua morte.
O estudo do NBER descobriu que os cientistas que estão desenvolvendo novas formas de pensar tendem a atingir o pico mais cedo do que aqueles que obtêm respostas com base no conhecimento existente, cerce de 4,6 anos.
Isso acontece por 2 motivos: primeiro, os cientistas teóricos não necessariamente têm que esperar por um monte de experiências para serem publicados.
Em segundo lugar, e talvez mais importante, ser relativamente novo em seus campos de atuação lhes permitem ver os buracos e falhas que veteranos não enxergam.
Os autores explicam que,
Os trabalhos conceituais mais importante normalmente envolvem rupturas radicais de paradigmas existentes, bem como a capacidade para identificar e apreciar essas rupturas radicais, que pode ser maior logo após a exposição inicial a um paradigma, antes de ter sido totalmente assimilado.
Ao que tudo indica, uma genialidade acontece quando uma mente experiente enxerga um problema com olhos frescos.
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Este artigo foi adaptado do original, “Big Breakthroughs Come in Your Late 30s”, do The Atlantic.