Vivemos com a ideia fixa de que menos é mais. Mas se estivermos dando tudo que nossos clientes não querem?
Em fevereiro de 2004, Malcolm Gladwell mostrou ao mundo a história de Howard Moskowitz, molho de espaguete perfeito e a revolução das escolhas do consumidor.
As pessoas não querem uma Pepsi perfeita. Elas querem todas as Pepsis perfeitas. O gosto do consumidor varia tanto que não existe um produto perfeito feito para o cliente.
É preciso ter grupos e variações que, no final das contas sirva às pessoas de maneira adequada. Essa informação revolucionou a indústria de alimentos, bem como o mundo do marketing.
E o que já se pensava ser verdade, agora já não é mais.
A pesquisa existe até hoje. Há ainda dezenas de variedades de molho de espaguete no corredor de qualquer supermercado. Mas o foco na variedade do consumidor, uma noção que a maioria das marcas de varejo acreditam hoje em dia, está indo contra as tendências de marketing.
Pergunte a qualquer profissional de marketing com visão de futuro, hoje em que eles estão focados em entregar para os consumidores que você irá ouvir a palavra “curadoria”.
Em um mundo feito de escolhas, os profissionais de marketing, principalmente os digitais, estão focados na remoção das escolhas.
Um web design inteligente diz para você dar ao seu cliente não mais do que 3 escolhas na sua página. O login social permite que você adapte às escolhas do usuário de acordo com seus perfis sociais.
Quanto mais relevante e maior a curadoria, maior a conversão.
Assim, em um esforço para aumentar a conversão de nossos clientes, os profissionais de marketing estão se concentrando em eliminar a escolha. Será que isso vai nos prejudicar algum dia?
Certamente há uma diferença entre encontrar o que você procura em um site, e escolher entre as centenas de molho de espaguete existentes no mundo.
Mas, filtrar a experiência online através da curadoria – mesmo a experiência de compra – não é privá-los do que eles querem e dar apenas o que acreditamos ser verdade para eles? As pessoas querem escolher.
Estamos emburrecendo a experiência do cliente, porque ele não sabe o que quer, ou porque nós não sabemos o que eles querem?
A lógica por trás da experiência do usuário é que podemos automaticamente detectar qual das variações de molho de espaguete você quer quando vem para o nosso site.
Mas será que as máquinas são inteligentes o suficiente para conseguir determinar o que é importante para uma experiência digital?
Muito da pesquisa de Moskowitz nos diz que as pessoas vão dizer que gostam de uma coisa, quando na verdade elas gostam de outra coisa totalmente diferente. Então, até onde pode o nosso gráfico social estar exato sobre nossos gostos?
As pessoas continuam fazendo perguntas sobre o futuro. Qual será a próxima grande coisa? O que o futuro reserva pro marketing?
Se podemos aprender alguma coisa com o passado, podemos dizer que o nosso futuro é descobrir que, no presente, estamos errados.
___
Este artigo foi adaptado do original, “Less or More”, do Social Media Explorer.