O Google praticamente criou a internet como a conhecemos. Mas será que ele também está acabando com ela?
Será que o Google está estragando a internet?
O Jazz se tornou popular, porque um amante de ópera, que era engenheiro desenvolveu o rádio, que abriu as portas para uma forma de arte ignorada se espalhar.
E o Rock and Roll foi habilitado pelo rádio, e pelas ondas FM.
Mais sutilmente, considere o fato de que as construtoras façam lobby para que as linhas de trem do subúrbio construam suas estações próximas às suas construções.
Uma estação, particularmente uma parada expressa, levaria a uma procura maior por moradias, em seguida mais empresas, em seguida mais investimento nas escolas, em seguida, uma estação maior, e todo o ecossistema envolvido nisso.
Com a internet não é diferente. Decisões no centro mudam tudo em torno das bordas, para todos.
Aaron Wall blogou sobre o poder do Google por anos, e faz uma conexão perspicaz sobre isso:
Alguns dos aspectos mais odiados da publicação online (título isca, correlações idiotas fora do contexto, paginação, slideshows, popups, blocos de anúncios, reprodução de vídeos, e etc.), não são feitas, não por que os editores são incompetentes, mas porque é difícil tornar o trabalho em algo competitivo.
Desde que o primeiro website comercial foi criado, o modelo tem sido o mesmo: ganhar tráfego e rentabilizá-lo com anúncios.
Há 2 partes para essa equação: tráfego e anúncios.
O Google (a fonte de muito tráfego) está sob enorme pressão de Wall Street para entregar mais lucros, e a maior parte desses ganhos é que virá com os anúncios que vendem.
Para maximizar seu lucro, o Google passou os últimos 9 anos trabalhando agressivamente para aumenta a quota de anúncios em cada página nos resultados de pesquisa, bem como trabalhar duro para manter o maior número de cliques que puderem dentro do ecossistema Google.
Você precisa pagar, se quiser mais tráfego.
Se você quiser o tráfego, o Google deixa claro para os editores, você vai ter que pagar por isso.
Isso significa que as táticas de anúncios em qualquer outro site tem que ter cada vez mais agressiva, pois o tráfego é mais difícil de ganhar com o bom conteúdo.
E ainda mais pertinente para o título desse artigo, isso significa que os editores de conteúdo estão se movendo em direção ao tráfego social e viral, porque eles não podem mais contar com a busca orgânica.
É esse vício ao social que faz com que a web fique pior. Se você quiser quantidade, vai precisar diminuir os seus padrões.
O modelo de avanço inicial do Google foi perceber o poder dos links. Grandes conteúdos ganhavam mais links, mais links levam à uma classificação mais elevada, e não havia incentivo para criar mais conteúdo.
Esse foi um ciclo virtuoso extraordinário, que abriu a porta para um conteúdo online de qualidade.
Foi a decisão do Google de levar as pessoas para fora do site, que liderou o seu crescimento. As pessoas vinham ao Google com a esperança de deixar o Google ao encontrar algo que valesse a pena clicar.
O jogo do SEO combina com a mudança do Google para controlar o máximo possível do fluxo de cliques orgânicos, o que significa que está mais difícil fazer o seu conteúdo ser encontrado.
Se você é um provedor de conteúdo, a mudança para o mobile, e para as mídias sociais nas prioridades do Google, significa que vale a pena observar a forma como você ganha dinheiro.
E se você estiver pensando apenas no Google, vale a pena comparar o lado positivo do curto prazo, de produzir qualquer tipo de conteúdo, para o benefício do longo prazo de produzir um ecossistema saudável.
Aqui está a pergunta-chave: as pessoas estão produzindo um conteúdo grandioso, apesar do buscador, ou por causa dele?
Para os primeiros 10 anos de Google, a resposta era óbvia. Hoje, talvez ela não seja tão óbvia assim.
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Este artigo foi adaptado do original, “Is Google making the web stupid?”, do blog do Seth Godin.
