Uma “pesquisa extrema” pode ajudar a construir produtos que os clientes adoram. Entenda melhor como uma empresa pode fazer isso.
Quer sair correndo e produzir um produto melhor? Pesquisadores da empresa de design Continuum já testaram o efeito de um tratamento para fungos nos pés. Além disso já realizaram também operações com cadáveres para buscar a empatia com os clientes para um produto.
A empatia é o que leva uma empresa a produzir produtos melhores e mais atraentes, é o que explica Anthony Pannozzo, diretor de pesquina e inovação da Continuum.
“Qual é a experiência que as pessoas têm no seu dia-a-dia?”, ele pergunta. “Nós olhamos para o que a experiência pode trazer de melhor, seja digital, um produto ou uma combinação dos dois”.
Para chegar ao coração da experiência do consumidor, os pesquisadores do Continuum usam 4 ferramentas de pesquisas ao extremo. Experimente essas técnicas para ter uma ideia de como as pessoas interagem com aquilo que a sua empresa faz.
#1. Use a tecnologia para olhar para dentro.
Quando a Continuum foi contratada para ajudar a Tetra Pak a melhorar as suas caixas de suco, os pesquisadores se perguntaram: “como as pessoas bebem suco?” e isso “soa como uma pergunta estranha porque as pessoas não pensam sobre isso”, diz Pannozzo.
A empresa recorreu à tecnologia para descobrir, projetar uma garrafa protótipo com uma câmera na parte inferior para observar o que as pessoas realmente faziam ao beber suco.
“Uma das coisas mais surpreendentes que aprendemos foi que na Índia, por exemplo, às vezes há a partilha de bebidas e as pessoas bebem sem encostar a boca na caixa. Armado com esse conhecimento – entre outros – a Tetra foi capaz de oferecer uma embalagem diferente para este mercado”.
#2. Tente você mesmo.
Uma das melhores maneiras de dizer como os consumidores usam um produto é usá-lo você mesmo.
Então, para ajudar a criar a primeira bomba de insulina hands free descartável, os pesquisadores passaram pela rotina de um diabético, injetando-se com solução salina (inofensiva) diariamente para ver como era a experiência, além de experimentar diferentes tamanhos de agulhas.
“Nós descobrimos o que era mudar para um braço porque o outro estava muito dolorido, aprendemos o quão doloroso pode ser as injeções todos os dias”. Essas coisas não poderiam ser aprendidas apenas com a observação e o estudo diário de diabéticos.
#3. Construa um protótipo de tamanho real.
Um problema da arquitetura, diz Pannozzo é que seus protótipos de edifícios são pequenos o suficiente para caber em uma mesa. Ao invés disso, ele acredita que os protótipos deveriam ter um tamanho real para entendermos como as pessoas realmente vão utilizá-los.
Foi justamente isso que ajudou o Holiday Inn a redesenhar os seus lobbies com cafés que ajudam a empresa a capturar algumas oportunidades perdidas quando os convidados iam para um café ou restaurantes para reuniões.
“Muitas pessoas acreditam que o protótipo de um lobby de hotem com 4.000 metros quadrados pode ser assustador. Nós alugamos um hangar de avião e fomos capazes de recriar esta experiência usando espuma”, diz Pannozzo.
Usando o que aprenderam nessa ação, o Holiday Inn aprendeu a projetar cafés com bastante espaço entre as mesas, permitindo conversas privadas, e com boas linhas de visão para os playgrounds do hotel para que os pais realmente pudessem manter a vigilância sobre seus filhos.
#4. Mente voltada para o mercado.
Às vezes, a melhor maneira de aprender sobre o comportamento do cliente é ir onde os clientes estão.
Essa é a abordagem usada quando a Continuum trabalhou junto com a Procter & Gamble para criarem um produto de limpeza novo.
A P&G pensou em produtos de limpeza como algo que se coloca em uma garrafa, mas a Continuum saiu para a rua, na casa das pessoas e observou as suas rotinas de limpeza de perto.
Com isso, eles descobriram que as pessoas se orgulhavam em ter um chão limpo, mas que a limpeza era um trabalho demorado que envolvia muito tempo de joelhos.
“Nós ajudamos a projetar o Swiffer. Agora é meio bilhão de dólares a mais de fluxo para eles”, diz Pannozzo.
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Esse artigo foi adaptado do original, 4 secrets to getting inside your customers heads, da revista Inc.