Você quer parar de ser influenciado e chegar às suas próprias conclusões? Aqui está a receita
O pensamento crítico pode soar como uma palavra detestável do pensamento liberal, mas na verdade pode ser uma habilidade muito útil.
O pensamento crítico significa apenas absorver informações importantes e usar isso para formar uma decisão ou opinião própria, ao invés de apenas assimilar o que os outros dizem.
Isso nem sempre vem de maneira natural para nós, mas felizmente agora podemos treinar para fazer isso melhor.
Treine para prestar atenção aos detalhes
Uma das partes mais importantes do pensamento crítico está em aprender que os detalhes são importantes. Estamos expostos a tanta informação e tantas opiniões diferentes todos os dias é muito fácil se perder nos detalhes.
Posteriormente, é preciso treinar-nos para saber quais os detalhes são importantes e quais não são.
Comece por ouvir a sua intuição. Se algo não soa como verdadeiro, esse é o seu primeiro sinal de alerta. De lá, você pode começar a procurar outros argumentos.
Aqui estão algumas maneiras de fazer isso:
#1. Pense sobre quem se beneficia com uma declaração
Quando você lê sobre uma determinada notícia ou opinião, é bom pensar em quem se beneficia dela.
Se alguém está fomentando uma discussão, há uma boa chance de que exista algum benefício por trás disso. Isso nem sempre é uma coisa ruim. Às vezes as motivações de uma pessoa podem tornar a sua opinião mais válida, mas é bom pensar em que pode ganhar com isso.
#2. Pergunte a fonte
Com a internet, as fones nem sempre estão imediatamente visíveis. Por isso, se algo parece estranho, identifique de onde veio, inicialmente, antes de ter uma opinião sobre isso.
#3. Olhe para o óbvio
Um truque comum em debates, críticas e até mesmo ensaios pessoais é esconder um argumento crítico dentro de uma série de declarações obviamente verdadeiras.
Este tipo de non sequitur é fácil de se perder, porque no momento em que eles veem, você já começou a concordar com a declaração.
Aqui temos um exemplo extremo: “então agora sabemos que o céu é azul, que a grama é verde, que as nuvens são brancas e que a Apple faz os melhores computadores”.
Sempre faça perguntas
Sabendo que os detalhes são a primeira coisa a observar, e a primeira parte do pensamento crítico, é bastante útil sabermos quais perguntas devemos fazer. Afinal, pensar criticamente e fazer perguntas andam praticamente de mãos dadas.
Vamos usar Sherlock Holmes como exemplo:
Depois que ele define seus objetivos, ele passa a observar e coletar dados, e perguntar: como posso responder essa pergunta? Além disso, ele se pergunta “o que é essa conversa, essa pessoa, essa situação, e como ela me permitirá reunir dados que e usá-los para testar minhas hipóteses?”.
E então Sherlock faz uma coisa que todo grande cientista faz que é dar um passo para trás e aprender a olhar para os dados, recombiná-los, olhar para as diferentes possibilidades e ser criativo.
Obviamente isso é semelhante ao método socrático, onde uma série de perguntas nos ajudam a pensar sobre a validade de um argumento ou ideia.
Independentemente de como você se aproxima dele, o objetivo final é o de aprender a pensar criticamente e analisar tudo. Como vimos antes, é importante perguntar-se porque algo é importante e como ele se conecta às coisas que você já sabe.
Quando fazemos isso, treinamos nosso cérebro para fazer conexões entre ideias e pensar criticamente sobre as informações que encontramos.
Preste atenção ao qualificar as sentenças
Pensar criticamente não é apenas sobre a formação do nosso cérebro. É também sobre a formação do seu ouvido para que possamos notar pequenas palavras sutis e frases que podem desencadear sinais de avisos.
É impossível prestar atenção em tudo, por isso, saber o que vem antes de um argumento fraco é realmente útil. O Wall Street Journal tem uma lista desses tipos de frases:
- Eu quero dizer…
- Eu só estou dizendo…
- Para ser perfeitamente honesto…
- Eu só quero que você saiba…
- Para dizer a verdade…
- Eu não estou dizendo…
- Eu ouço o que você está dizendo…
- Não tome isso da maneira errada…
- Vamos ser francos…
- Tanto quanto eu sei…
- Estou pensando que…
- Certamente…
Estes são os tipos de declarações que tendem a sinalizar uma inverdade, e elas são um bom indicador de que é hora de começar a prestar atenção. Uma vez que você fizer isso, vai saber que é hora de começar a fazer perguntas.
Conheça e enfrente seus próprios preconceitos
Quando falamos sobre pensamento crítico é impossível não falar sobre o fato de que somos muito ruins em reconhecer nossos próprios preconceitos em nossos pensamentos.
Somos todos tendenciosos sobre a informação que, quer percebemos ou não, faz parte do pensamento crítico que é cultivas a possibilidade de ver de fora esses preconceitos.
Pensar criticamente é sobre confrontar essas tendências o mais rápido possível. É difícil, mas se você tirar tempo para pensar sobre as visões opostas ao longo do dia, você vai treinar seu cérebro pra fazer isso mais vezes.
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Pratique da maneira que você pode
Como com qualquer coisa, se você quiser ficar bom em pensamento crítico é preciso praticá-lo todos os dias.
Muito disso certamente pode ser feito em nossa própria cabeça, mas você pode fazer exercícios para colocar o seu cérebro em forma.
Geralmente, uma maneira fácil de fazer isso é manter um diário de algum tipo. Este poderia ser algumas observações casuais ou um caderno com opiniões, mas o ponto é escrever diariamente.
O pensamento crítico é um processo sem fim. Quanto mais conhecimento você cultiva, melhor você vai se tornar.
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Este artigo foi adaptado do original, “How to Train Your Mind to Think Critically and Form Your Own Opinions”, do Lifehacker.