Como as novas tecnologias podem impactar a nossa vida e o que podemos ganhar em performance pessoal
Como você quer que a sua vida seja medida? O que você quer que esteja escrito em sua lápide? Quer ser medido pelo fato dos seus filhos não retornarem as suas ligações, ou pela sua pontuação em Angry Birds?
Do ponto de vista moral, religioso ou ético, a maneira como os homens são valorizados acontece de várias maneiras.
A cultura molda essas coisas, mas se tentarmos encontrar uma métrica comum de comparação, não vamos chegar a lugar algum.
De certo modo, quem somos nós para dizermos a outras pessoas como elas devem viver suas e o que devem fazer para gerar valor?
O surgimento da tecnologia digital auto quantificada, da internet das coisas e da realidade aumentada está mudando a autonomia de valores de longa data. Em suma: estamos sendo monitorados.
Para efeito de entendimento, auto quantificados são os aplicativos móveis para mensuração de comportamento e hábitos de maneira que seja possível otimizar nossa vida. A internet das coisas se deve ao fato de que hoje tudo, ou quase, está ligado à internet, e a realidade aumentada é uma tecnologia o virtual e o real através de um smartphone ou câmera.
Aqui está como as nossas ações estão sendo medidas através dos meios digitais:
- GPS: Monitoram por onde você anda ou viaja;
- Canais sociais: Facebook e Google sabem mais sobre você do que a maioria dos maridos e esposas. O Ibope/Nielsen tem metodologias de monitoramento em que a personalização dos dados funcionam através dos algoritmos mais avançados do planeta;
- Hábitos culturais: Diariamente vemos no Twitter e Facebook pessoas compartilhando seus hábitos e dizendo o que estão fazendo e como estão fazendo;
- Busca do Google: Nós todos sabemos que estamos sendo impertinentemente rastreados, independente de removermos os cookies ou não. Um estudo revelou que, 2 pessoas sentadas lado-a-lado podem fazer a mesma pesquisa no Google e obter resultados diferentes, baseados em seus hábitos, estilos e gostos.
Tendo em mente o comportamento de tudo que está ao nosso redor, entenda como as coisas estão acontecendo através da tecnologia auto quantificada, na internet das coisas e realidade aumentada:
- Hiper monitoramento: Com o uso da tecnologia auto quantificada e a internet nas coisas, os sensores tendem a se tornarem mais baratos e, as pílulas que engolimos podem ter chips para medir o nosso corpo;
- Hiper marcações: A versão do IPv6 para a internet está a caminho. Isso significa que grandes toneladas de URLs estarão disponíveis em breve o que permite, por exemplo, marcar e identificar todas as bactérias em cada corpo em todo o mundo.
- Smart Objects: Essa é essencialmente a internet nas coisas, uma vez que, ao invés de ter apenas uma lâmpada em casa você poderá ligar ou desligar remotamente a partir do escritório, e termostatos inteligentes vão aprender as suas configurações preferenciais de aquecimento e iluminação doméstica. Além disso, carros também estão ficando cada vez mais espertos a cada minuto.
Nós poderíamos continuar navegando pelas tendências. Isso tudo significa que há milhares de ambientes digitais em que as pessoas podem saber quem você é, suas preferências, o que você faz e o que você diz.
Pegue o exemplo acima dos carros. Os protocolos M2M (machine to machine) estão melhorando e, com a ajuda de uma câmera simples pode-se tirar uma foto de sua CNH e se você é um pé de chumbo é possível que uma pessoa recuse o seu convite para jantar apenas consultando um aplicativo.
Por outro lado, vamos imaginar a relação entre os homens e a pornografia. A tecnologia de rastreamento de uma banca de jornal poderia registrar a sua preferência pelas revistas e, com isso começar a lhe enviar milhares de e-mails.
Será que você olha muito tempo para a sua colega de trabalho? Ela não precisa nem perceber, mas o monitor cardíaco está registrando o seus sinais de aumento na taxa de batimentos e enviando para os sensores do escritório.
Em instantes, você vai saber que o RH está esperando por você juntamente com os seguranças da empresa.
Já dizia Sócrates que, “a vida sem exame não é digna de ser vivida”. Nós precisamos testar, otimizar, falhar e aprender com isso.
O véu está sendo levantado. Nossas ações estão se tornando visíveis para todos. Estamos em um momento de desafio e controvérsia.
Por isso precisamos perguntar no cruzamento deste novo ambiente digital: qual é a medida da nossa vida?
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Este artigo foi inspirado pelo “The Measure of a Man in the Digital Age”, do blog The Good Men Project.