Sabe o ditado que diz que os exercícios são o melhor remédio? Ele pode estar certo
O exercício físico pode ser tão eficaz como muitos medicamentos frequentemente prescritos no tratamento de alguma das principais causas de morte, de acordo com um novo relatório.
O estudo levanta questões importantes sobre se a nossa saúde se concentra demais em medicamentos e muito pouco sobre a atividade para combater doenças físicas.
Para o estudo, que foi publicado em outubro, os pesquisadores compararam a forma como várias drogas e exercícios fazem sucesso na redução da morte entre as pessoas que foram diagnosticadas com várias condições comuns e graves, incluindo doenças cardíacas e diabetes.
Estudos da eficácia comparativa são um campo da ciência de pesquisa farmacêutica. Os cientistas costumam acompanhar o quão bem uma droga trata de uma condição em comparação com o resultado esperado, caso usem uma droga diferente.
Mas poucos estudos dessas drogas são realmente comparados com os resultados do exercício, e ainda menos deles têm comparado os resultados com o índice de mortalidade.
Então, Huseyin Naci, um estudante de pós-graduação da Escola de Economia e Ciência Política de Londres, juntamente com o Dr. John Ioannidis, diretor do Stanford Prevention Research Center at the Stanford University School of Medicine, decidiram cria uma comparação global da eficácia das drogas versus os exercícios físicos na redução da mortalidade das pessoas que tinham sido diagnosticadas com uma dessas doenças: problemas cardíacos, AVC ou diabetes.
Eles escolheram estas condições particulares, porque aqueles eram as únicas condições para as quais puderam encontrar estudos que comprovam que o exercício diminui o risco de morte.
Os pesquisadores reuniram todos os estudos recentes bem como o comentários anteriores e a meta-análise de experimentos mais antigos relacionado com a mortalidade entre os pacientes com essas doenças e o fato de terem sido tratados com os medicamentos ou exercício.
Eles acabaram com dados de 305 experiências passadas que, coletivamente envolveram quase 340 mil participantes, o que é um número impressionante.
Mas a maioria dos voluntários receberam drogas para tratarem de seus problemas. Apenas 57 experimentos, envolvendo 14 mil voluntários tinha examinado o impacto do exercício como tratamento.
Ainda assim, os números foram grandes o suficiente para que os pesquisadores elaborassem uma rede de referências cruzadas, comparando os resultados quando as pessoas receberam certas drogas, seguidas de regimes e exercícios, ou às vezes ambos.
Uma conclusão reveladora
Os pesquisadores compararam os riscos de mortalidade para as pessoas que seguiram alguma das opções de tratamento.
Os resultados mostraram consistentemente que as drogas e exercício produziram quase exatamente os mesmos resultados.
As pessoas com doenças cardíacas, por exemplo, que se exercitaram, mas não usaram os medicamentos comumente prescritos tinham o mesmo risco de morrer – ou sobreviver – que os pacientes que tomam medicamentos.
Da mesma forma, as pessoas com diabetes que se exercitaram tiveram o mesmo risco relativo de morrer da doença como aqueles que ingeriam os medicamentos comumente prescritos.
Por outro lado, os pacientes que sofreram AVC tiveram significativamente menos risco de morte ao praticar exercícios, do que as pessoas que tomaram medicamentos.
O único caso em que as drogas foram visivelmente mais eficazes do que os exercícios foi no caso da insuficiência cardíaca crônica.
Nossos resultados sugerem que o exercício pode ser muito potente no tratamento de doenças cardíacas e outras condições, igualando-se aos benefícios do salvamento disponíveis na maioria dos medicamentos comumente prescritos, afirma o Dr. Ioannidis.
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Este artigo foi adaptado do original, “Exercise as Potent Medicine”, do Well.