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10 assuntos que devem virar notícia em 2011 (I)


(Na verdade são nove. Pra arredondar o número, eu acrescentei um que eu gostaria que virasse notícia, mas que provavelmente ainda não será levado a sério neste ano).

Tsk, JWT: 100 tendências é uma clara declaração de falta de critério. Seus clientes ainda acham que tamanho é documento?

Depois vocês acham que eu implico com publicitários… mas o que se pode dizer de uma agência multinacional que publica 100 tendências? Por que cem? Qual o critério? Só na letra “B”, por exemplo, tem “Brigadeiro” (o doce) e “Brasil como e-leader”. O primeiro é claramente encheção de lingüiça. O segundo, uma generalização vazia e sem fundamento. Tsk. E Neymar, é talento, não “coisa a observar”.

O futuro – o presente, aliás – da inovação é interconectado, multidisciplinar e maleável. Muito maleável. Por mais que as categorias determinadas pelos institutos de inovação e identificadores de tendências em geral sejam fascinantes e encham os olhos, o mundo se tornou mais complicado, fluido e fragmentado do que gostariam de supor nossos queridos rotuladores. E não pode mais ser mais sintetizado em listas de produtos. Como pessoas e situações, cada caso é um caso – e quem tenta generalizá-los corre o risco de cair em chavões tão ridículos quanto os escritos em livros de piadas (ou pior, de cantadas).

Chavão, já me disse um desses tipos, só serve pra abrir porta grande. Não se pode negar a ele certa razão.

Briefings

Mas eu então não me contradigo ao fazer uma lista de 10 tendências? Não se você pensar nelas como elementos vivos e dinâmicos, não mais como categorias estanques. Cada um dos tópicos a seguir se relaciona com todos os outros e não se configura como uma categoria estanque, de prateleira. Esse modelo (detesto o termo “paradigma”) funcionou no tempo dos fascículos e apostilas. Hoje que o conteúdo é vivo e interconectado, é mais fácil imaginar categorias como traços de personalidade: nada, absolutamente nada é definitivo, estático, preto-no-branco. Não mais. Esse tempo já se foi.

Antes de entrar nos assuntos, tenho uma ressalva: você provavelmente já ouviu falar de todos eles e nada parece novidade. Eu sei, os termos foram escolhidos de propósito para mostrar quanta coisa nova (e boa) pode se esconder por baixo da aparência daquilo que é parcialmente conhecido. Por isso, tire um tempo para conhecer cada tópico deste post, evite lê-lo “na diagonal”. Pense nos assuntos abordados como aqueles colegas de trabalho em quem você nunca reparou direito e que, em um bar ou em uma festa (ou na praia, vai saber) o surpreendem com idéias novas e um ponto de vista bem interessante. Foi com esse espírito de transformação e descoberta que eu escrevi esta série.

fb  Rails

  1. COMPLICAÇÃO, MODULAÇÃO E SIMPLIFICAÇÃO – hoje em dia é difícil de conceber que a indústria de microinformática tenha realmente começado em garagens, que o computador pessoal com monitor foi inventado por uma só pessoa e que era possível, em 1977, criar uma empresa de hardware com um investimento de bem menos de US$ 1.000 e uns “geninhos” indisciplinados, sem muita vontade de fazer faculdade. Hardware, que hoje é coisa grande, complicada, global, não era. Naquela época qualquer técnico com conhecimento razoável de eletrônica poderia inventar ou personalizar o seu. Hoje isso é impossível.

Em compensação, hoje não é mais preciso ter conhecimento técnico para ser usuário de computadores e hardware em geral. Engenheiros a-do-ram dizer que a capacidade computacional de um smartphone qualquer é maior do que a de muitos centros de pesquisa no pós-guerra e mais todo aquele blablablá da Lei de Moore.

Mas poucos parecem levar em conta um fator igualmente importante: operá-los se tornou cada vez mais fácil. À medida que os processos se sofisticam, suas operações se tornam mais complexas. Para se ter um nível mínimo de eficiência, é preciso agrupá-las em estruturas que possam ser descritas e compostas de forma simples. Qualquer pessoa semi-alfabetizada no mundo digital é capaz de mandar um e-mail com uma foto anexa ou baixar um filme.

Os processos individuais para cada uma dessas tarefas, se expressos em linguagem de programação de baixo nível, aquela que qualquer processador entende sem precisar interpretar, são complicadíssimos. Eles demandariam alguns anos (e vários profissionais) se fossem desenvolvidos a partir do nada ou se tivessem de ser reinventados a cada nova interação. fdfb Pinker

A estrutura de funções, módulos, metáforas e expressões lógicas pode parecer fantástica, mas na verdade é uma representação fiel do que acontece com a forma com que pensamos e nos expressamos através da linguagem.

Primeiro é preciso dominar os fonemas, depois entender o vocabulário. A partir desse ponto, metáforas, expressões, jargões e gírias são assimilados para que só então se tenha alguma fluência. Atingido o domínio da língua, todos esses elementos são utilizados de forma natural, até chegar o ponto em que não se pensa mais neles. Poetas, jornalistas e escritores em geral continuam a ser fundamentais para projetos maiores ou mais específicos, mas a verdadeira revolução acontece quando não é mais preciso recorrer a um profissional para se resolver as tarefas cotidianas. Foi assim com a escrita, a impressão, a música…já deu pra entender aonde quero chegar.

Pois é. Produtos de comunicação digital seguem o mesmo caminho. Websites já foram coisa de técnicos e “geninhos” em geral, hoje podem ser feitos por qualquer pessoa com acesso a um CMS – como WordPress (o deste site), Drupal, Joomla, MediaWiki e congêneres. O conteúdo passou a ser mais importante do que a técnica. Da mesma forma, frameworks como Ruby on Rails tornam o ambiente de programação mais sofisticada acessível a mais pessoas – muitas delas sem formação técnica ou mesmo em ciências exatas. be Twilio

Aplicativos – para PCs e celulares –  seguem o mesmíssimo caminho. Quem, há dez anos, seria capaz de imaginar que mais de 10 bilhões de pessoas baixariam programinhas para incrementar seus telefones celulares? Pois onde há procura, há oferta. A Apple foi bacana (e esperta, pois sabia que sofria uma gigantesca deficiência em software) ao liberar um toolkit para programação de iPhones e iPads, mas ele ainda é muito complexo.

Para preencher a lacuna de mercado surgem meta-aplicativos, feitos para que qualquer um desenvolva programas. Eles ainda são poucos e deficientes (chegam a lembrar o Dreamweaver) mas devem melhorar com o tempo.

PROGNÓSTICO: complicação e simplificação seguem seu desenvolvimento em espiral, sofisticando o ambiente à medida que o democratizam.

dfe AppStore

  1. PULVERIZAÇÃO – À medida que a produção se torna modular e simplificada, é natural que se torne democrática. Mas se engana quem pensa que é preciso ser desenvolvedor ou ter capital para entrar nessa onda. Ledo engano.

ElanceO Elance é uma das iniciativas mais bacanas que conheço em termos de comunidades. Ela é uma rede profissional, mas ao contrário do Linkedin, não é um ambiente cordial (mentiroso?) em que todo mundo é lindo, faz um belíssimo trabalho e deveria ser contratado como CEO ou consultor. Nada desse corporativês. Lá, o que conta é o portfólio.

Se você tem um espírito empreendedor e um pouco (bem pouco mesmo) de dinheiro, pode idealizar algum aplicativo, produto ou serviço e achar um cara legal pelo mundo que o viabilize. Ou vice-versa: se você é bom em algo (de SEO a ilustração) e quer viver de frilas, esse pode ser o melhor canal para fazer seu networking sem deixar sua cidade natal nem engolir sapos em uma empresa grande de uma cidade idem.

É claro que, como em qualquer emprego, você pode encontrar um chefe/cliente ruim ou um funcionário capenga. Mas mesmo assim a despesa será menor do que CLTizá-lo. Quis fazer algo como o Elance aqui no Brasil há uns 4 anos, mas enfrentei problemas burocráticos. Sou maior fã da idéia, que já tem algumas histórias de sucesso por aí.

LuluSe você, como eu, não tem interesse em ser dono de empresa e gosta mesmo é de produção de conteúdo, saiba que publicar um livro para Kindle ou iPad depende cada vez menos de uma editora ou distribuidora. Serviços de impressão sob demanda, como o Lulu, fazem eBooks em um instante. Se você tiver muito, mas muito estômago, pode até tentar buscar (ou ser) um ghost writer, mas esteja preparado para uma grande variação em qualidade. Afinal, se tem gente que terceiriza até mestrados e estudos científicos, por que não um livro de ficção ou ensaios? Só não faça como certos picaretas e copie o conteúdo alheio, porque isso é muito feio. E pode dar um processo bem caro.

PROGNÓSTICO: o mundo está realmente se tornando cada vez mais plano. Terceirização, outsourcing e teletrabalho, que já foram coisas de empresas multinacionais, estão cada vez mais ao alcance do cidadão comum.

d Quorax

  1. EXCESSO DE INFORMAÇÃO E CURADORIA – todo mundo que tem um pingo de bom senso já se incomodou, mesmo que temporariamente, com o ritmo e intensidade da inovação. A Internet parece, às vezes, como uma criança hiperativa. Um mês de férias (ou pior, trabalhando sem tempo para ler notícias) e já era: você está desatualizado. Quase todas as coisas grandes e óbvias hoje em dia – de YouTube a Facebook, de Twitter a FourSquare – apareceram deste jeito. O Instagram, de que eu vou falar no próximo tópico, é um bom exemplo: surgido em Outubro, já tinha mais de um milhão de usuários em Dezembro.
O problema é que muitas dessas invenções não se viabilizam e acabam morrendo na disputa darwiniana das novas tecnologias. E não é fácil acompanhá-las o tempo todo. Para facilitar a vida, alguns serviços de simplificação começam a ganhar destaque. O mais bacana, até o momento, é o Quora.
O quê? Quora. Nem é tão novo, ele surgiu no final de 2009. Mas como todo produto social, é impossível prever o tempo que levaria para “pegar”. Ele levou quase um ano. Seu objetivo é um dos mais bonitos em uma época que a maior rede social do mundo foi imaginada, ironicamente, como um “clube exclusivo”: ele é uma espécie de rede social em que seus membros respondem, coletivamente, a perguntas. É uma Wikipédia cujos autores dos verbetes são bem visíveis? É um Twitter cujos links compartilhados são organizados? Bem, é um pouco de cada coisa – e, ao mesmo tempo, não é nada disso. É preciso usá-lo para compreendê-lo.

d Formspring

Não que o Quora seja uma coisa nova. Serviços como o Aardvark e o Formspring já tentaram fazer isso antes. Um era restrito demais, pouca gente se dispôs a colaborar. O outro era centrado na pessoa que respondia as perguntas, e não demoraria para se transformar em uma espécie de caderno ou jogo da verdade da molecada. O Quora, pelo menos por enquanto, é mais útil.
Mas como toda coisa nova, ele tem seu lado bom e ruim. O bom é que as perguntas são centradas nos tópicos, não nas pessoas que os respondem. Parece uma mudança simples, mas é um grande salto conceitual. Cada pessoa que responde às perguntas aparece, mas aparece de acordo com a relevância de sua resposta. É uma espécie de meritocracia, no estilo dos fóruns. O ruim é que, ao contrário da Wikipédia, cada autor fica bem visível. Isso leva ao questionamento básico: por que, afinal, o cara está contribuindo? Por que quer ajudar? Ou só aparecer? Ganhar um emprego? Mostrar que sabe? É altruísmo às avessas, pode até ser que funcione. Seja lá qual for o motivo, todos ganhamos com mais uma fonte de conteúdo. Não ficou claro para mim como ela vai manter o padrão de qualidade. Estou inscrito por lá, mas por enquanto só como observador.

cc  SONo mundo técnico dos fóruns, esse tipo de comunidade já existe há tempos, mas seu funcionamento é bem mais fácil de entender. Desenvolvedores, afinal, têm uma ética muito próxima de jipeiros: todo mundo se ajuda e ninguém fica na lama (mais ou menos o oposto da forma com que muitos profissionais da indústria de comunicação se comportam, mas isso é mudar de assunto). Por isso é tão natural procurar ajuda quanto oferecê-la. As regras de mérito são bastante claras.

cc  HU

Bem diferente de todos os outros serviços citados mas que, mesmo assim, acho que se enquadra nessa categoria é o Hunch. Ele usa um sistema parecido com o de recomendações da Amazon para buscar identificar preferências pessoais e recomendar produtos e serviços a partir delas. Acho que é ainda bastante experimental e voluntário. Considerando o que é possível saber a partir de hábitos de consumo, conexões e uso de redes sociais, ele poderia dizer muito mais. E não precisaria fazer as perguntas diretamente – embora essas atitudes enfrentassem sérios problemas de invasão de privacidade. De qualquer forma, é uma opção interessante para ajudar a filtrar o excesso de opções oferecidas.

PROGNÓSTICO: curadores de estilo e conteúdo nunca foram tão populares e necessários. Há informação demais por todos os cantos, é preciso selecionar o relevante.

Bom, pra variar o post saiu do controle e ficou enorme. Paciência, continuo nos próximos. O que seria da vida sem um pouco de suspense? ;-D

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cc aKffkGlURA

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